Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Isso é história

Silvester Stallone - Rambo III
por Fabio Lisboa
sobre projeto de Oldimar Cardoso

O que é história? Por que a gente estuda na escola a matéria chamada “história”? O que o terrorismo tem a ver com justiça e liberdade? O que Osama bin Laden tem a ver com Rambo? O que o blog “Contar Histórias” e os narradores orais tem a ver com tudo isso, rs? E afinal, o que fazemos, contamos estórias ou histórias?


No canal de vídeos “Isso é História” você encontra algumas respostas às quatro primeiras perguntas no episódio “Terrorismo”. Já no episódio “O povo nas ruas” há reflexões sobre o estudo da história nas escolas e os movimentos nas ruas da Ucrânia e do Brasil. Todos os episódios da série se baseiam no conceito de “responsabilização científica” (Oldimar Cardoso) e, a nosso ver, colocam os “saberes necessários à educação do futuro” (Edgar Morin) em prática.

Quanto às duas últimas questões: Ainda que o foco deste blog seja o “Contar Histórias” que nos leva além da realidade, temos convicção de que nós, contadores de histórias, mesmo voando alto, não podemos perder a conexão com o nosso mundo e tempos atuais.

Aliás, além de viver profundamente conectados ao que se passa ao nosso redor, temos que abrir os nossos olhos para diferentes fontes de informação, conhecimento e até mesmo modos de vida. Devemos ter os nossos ouvidos abertos tanto para as vozes potentes e heroicas como para as vozes inaudíveis ou mesmo inimigas.


O índio Yaguarê Yamã, do povo Maraguá, conta que os moradores da água, os peixes, viviam em guerra com os moradores da terra, os humanos. Ainda hoje, as piranhas, piraybas, pirararas e kandirus, comem gente.

Mas há muito tempo, antes da chegada do Karaywa (homem branco), essa guerra foi impedida pelo amor e pelo nascimento do filho da índia Panaby piã. A índia, filha do tuxawa, grande líder, se apaixonou pelo peixe Guaporé, filho do grande peixe Piraruku. E dessa união de amor interespécies entre peixe e humano promovida por Moñag (Deus) nasceu Guaruguá, o peixe-boi.

Graças à vontade de Moñag pela paz entre os irmãos da terra e da água, graças ao peixe-boi que sobrevive nas águas dos rios amazônicos até hoje, nunca mais os maraguá se alimentaram de peixe. “Flechar um peixe seria como matar um descendente, o filho de Panãby piã.”

É essa conexão real-ficcional em nossas vidas que nos permite não só idear mas colocar as ideias em prática. É essa escuta amplificada que nos permite ouvir e ajudar, de fato, o próximo. Nem que o próximo seja um inimigo de outra espécie. É essa visão aberta que nos permite ver a cultura de guerra em que estamos inseridos enquanto nos faz enxergar os caminhos de uma cultura de paz.

E daí a certeza de que não contamos estórias e sim histórias (veja os posts relacionados!). E, ao contá-las, fazemos história.


por Fabio Lisboa (www.contarhistorias.com.br)

Isso é história: Terrorismo
(clique no ícone “ampliar a tela” do lado direito/abaixo da caixa de vídeo)
(caso o vídeo não apareça clique no link abaixo)

Referências
Projeto “Isso é história”: www.issoehistoria.com.br
Episódio “O povo nas ruas” http://www.youtube.com/watch?v=qPGIhREYImw
“Isso é história” se baseia no conceito de responsabilização científica criado por Oldimar Cardoso
Fanpage Isso é História no Facebook: 

Livro: Os sete saberes necessários à educação do futuro – Edgar Morin – Cortez Editora
Livro: Murugawa: Mitos, contos e fábulas do povo Maraguá – Yaguarê Yamã  - editora wmf Martins Fontes *trecho acima " A origem do Peixe-Boi ou Guaruguá", recontado por Fabio Lisboa baseado nas pgs 11-14. 

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