sobre projeto de Oldimar Cardoso
O
que é história? Por que a gente estuda na escola a matéria chamada “história”?
O que o terrorismo tem a ver com justiça e liberdade? O que Osama bin Laden tem
a ver com Rambo? O que o blog “Contar Histórias” e os narradores orais tem a
ver com tudo isso, rs? E afinal, o que fazemos, contamos estórias ou histórias?
No
canal de vídeos “Isso é História” você encontra algumas respostas às quatro
primeiras perguntas no episódio “Terrorismo”. Já no episódio “O povo nas ruas” há
reflexões sobre o estudo da história nas escolas e os movimentos nas ruas da
Ucrânia e do Brasil. Todos os episódios da série se baseiam no conceito de “responsabilização
científica” (Oldimar Cardoso) e, a nosso ver, colocam os “saberes necessários à
educação do futuro” (Edgar Morin) em prática.
Quanto
às duas últimas questões: Ainda que o foco deste blog seja o “Contar Histórias”
que nos leva além da realidade, temos convicção de que nós, contadores de
histórias, mesmo voando alto, não podemos perder a conexão com o nosso mundo e
tempos atuais.
Aliás,
além de viver profundamente conectados ao que se passa ao nosso redor, temos
que abrir os nossos olhos para diferentes fontes de informação, conhecimento e
até mesmo modos de vida. Devemos ter os nossos ouvidos abertos tanto para as
vozes potentes e heroicas como para as vozes inaudíveis ou mesmo inimigas.
O índio Yaguarê Yamã, do povo Maraguá,
conta que os moradores da água, os peixes, viviam em guerra com os moradores da
terra, os humanos. Ainda hoje, as piranhas, piraybas, pirararas e kandirus,
comem gente.
Mas há muito tempo, antes da chegada do
Karaywa (homem branco), essa guerra foi impedida pelo amor e pelo nascimento do
filho da índia Panaby piã. A índia, filha do tuxawa, grande líder, se apaixonou
pelo peixe Guaporé, filho do grande peixe Piraruku. E dessa união de amor interespécies
entre peixe e humano promovida por Moñag (Deus) nasceu Guaruguá, o peixe-boi.
Graças à vontade de Moñag pela paz entre
os irmãos da terra e da água, graças ao peixe-boi que sobrevive nas águas dos
rios amazônicos até hoje, nunca mais os maraguá se alimentaram de peixe.
“Flechar um peixe seria como matar um descendente, o filho de Panãby piã.”
É
essa conexão real-ficcional em nossas vidas que nos permite não só idear mas
colocar as ideias em prática. É essa escuta amplificada que nos permite ouvir e
ajudar, de fato, o próximo. Nem que o próximo seja um inimigo de outra espécie.
É essa visão aberta que nos permite ver a cultura de guerra em que estamos
inseridos enquanto nos faz enxergar os caminhos de uma cultura de paz.
E
daí a certeza de que não contamos estórias e sim histórias (veja os posts
relacionados!). E, ao contá-las, fazemos história.
Isso é história:
Terrorismo
(clique no ícone “ampliar a tela” do lado direito/abaixo
da caixa de vídeo)
(caso o vídeo não apareça clique no link abaixo)
Referências
Projeto
“Isso é história”: www.issoehistoria.com.br
Episódio
“O povo nas ruas” http://www.youtube.com/watch?v=qPGIhREYImw
Episódio
“Cinema”: http://www.youtube.com/watch?v=Oz0-LyTxlio
Episódo "Terrorismo": http://www.youtube.com/watch?v=hmypZNURXxM
Fanpage Isso é História
no Facebook:
Livro: Os sete saberes necessários à educação do futuro – Edgar Morin – Cortez Editora
Livro:
Murugawa: Mitos, contos e fábulas do povo Maraguá – Yaguarê Yamã - editora wmf
Martins Fontes *trecho acima " A origem do Peixe-Boi ou Guaruguá", recontado por Fabio Lisboa baseado nas pgs 11-14.
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