Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
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Ipê Amarelo: Da energia se fez a vida

O ipê amarelo que reescreveu a sua história

A nossa história começa numa floresta em Rondônia. Depois vai para a capital. Dizem que o pai da nossa personagem já vivia há mais de uma centena de anos e era respeitado na floresta quando ela nasceu. Provavelmente, com a ajuda de um pássaro, ela foi semeada num local próximo ao que seus descendentes viviam. Trazia na sua história a vontade de viver. Mas sobreviver não bastava: aquela sementinha já sabia que teria também que dar vida, dar abrigo, dar frutos. A história de sua espécie previa ainda que teria um talento especial para a arte: suas flores dariam um belo espetáculo amarelo... Sua arte encantaria o homem a tal ponto que quem parasse e o enxergasse, se iluminaria com o seu significado.




Em 30 dias a semente germinou. Em 9 meses, chegou a 30 cm. E levou algumas décadas para chegar à altura de um poste. Mas ela nunca quis ser poste. Sua vocação sempre foi ser Ipê amarelo. Queria escrever uma bela história de vida. No entanto, os olhos famigerados do homem não viram nada sagrado, nenhuma história, nem arte nenhuma. Só viram que aquela vida daria coisas lucrativas. Depois de ser cortada, arrancada e esquartejada, seus galhos menores e flores iriam direto pro lixo, seus galhos médios viajariam milhares de quilômetros até alimentar os fornos de pizzas paulistanas e por fim, seu corpo inerte seria enterrado na capital de Rondônia, o seu tronco morto seria reerguido e, morto em pé, viraria poste, na Cohab Floresta, Porto Velho.

A arte florescente daquele Ipê Amarelo foi apagada. Como poste, por muitos anos, não trouxe mais luz nenhuma, só transportava a luz, fria. Era como um morto-vivo que só carregava a energia (dos outros) de um lado para o outro.

Mas aquele ipê não esqueceu suas raízes. Teimou em continuar vivendo. Mesmo sob alta tensão, insistiu em dar seus últimos suspiros amarelos. Se fez florescer.

Porto Velho, Rondônia. FOTO: Leandro Barcellos

E os homens de Porto Velho ficaram tão emocionados quando viram o que fizeram com o Ipê Amarelo que decidiram cuidar dele e levantaram, ao seu lado, outro poste (agora de concreto) para transportar a energia do homem contemporâneo.


Essa história me faz pensar que histórias temos escrito e quais estamos escolhendo escrever em cada linha de energia de nossa vida... Que histórias a natureza nos tem contado e que iremos ouvir ou ignorar?

Qual é a nossa vocação? Estamos onde gostaríamos de estar ou (sem saber explicar) somos arrancados pouco a pouco de nossas raízes ancestrais, culturais, naturais, emocionais e espirituais?

Um ano que nasce ou um dia que passa nos dão a chance de renascer. A natureza, o sagrado e a arte nos ensinam que é possível ressuscitar. Mas é preciso, para isso, darmos uma chance a elas. É preciso reacender o nosso talento humano de não ver apenas coisas, mas de dar significado a estas “coisas”. É hora de dar sentido à nossa narrativa pessoal, diária e planetária.

É tempo de reacender a nossa vocação humana, reinterpretar mistérios sobre-humanos e reescrever a nossa história.

Fabio Lisboa



Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo,
Secretaria de Estado da Cultura, PROAC - Programa de Ação Cultural 2008.
 

 
Matéria completa em diversos blogs como no Cidadania Ecológica ou no simpático Bio Momento abaixo, no entanto, a reportagem original (que circula por e-mail) foi escaneada sem a fonte exata (de uma revista de eletricitários gaúchos), se alguém souber, por favor, notifique: http://biomomento.blogspot.com/2009/11/ype-teimoso.html
http://cidadaniaecologica9.blogspot.com/2009/12/arvore-ipe-amarelo-da-energia-se-fez.html

Mais fotos sobre o caso e a sensível visão de mulheres cristãs: http://mulherespalavraviva.blogspot.com/2009/10/o-ipe-amarelo-que-nao-quis-ser-poste.html

Mais informações científicas sobre a árvore: http://www.ipef.br/identificacao/tabebuia.alba.asp

Mais informações sobre "O mistério amarelo da noite": http://www.wmfmartinsfontes.com.br/detalhes.asp?id=552993

5 comentários:

Camila disse...

Fantástica sua história sobre o Ipê.
Obrigada pela referencia ao BioMomento.
Passarei sempre por aqui, adorei o blog.
Parabéns!
Camila

Amanda Proetti disse...

Parabéns pelo primeiro filhote, querido. Pena não poder ter feito parte deste momento contigo.

Estou bem, mas infelizmente aquela má notícia chegou pra mim no último dia 15. Assim que conseguir retomar de onde parei nos falaremos, prometo!

Beijo enorme e um ano novo maravilhoso e abençoado!

Amanda Proetti

Zilda Santiago disse...

ção hoje por email e fui ao googlle conferir se era verdade ou não.Adorei sua história e também tem outras referências.Vou republicar em meu blog para que outras pessoas vejam a maravilha que é a natureza.Bjs no seu coração.

Fabio Lisboa disse...

Oi Zilda,
Obrigado pela republicação da msg e pelo link. Deixe o seu link para as pessoas conhecerem o seu blog tb!
abs,
Fabio

Cristiane Raimann disse...

Olá Fábio, boa tarde.
Estava lendo sobre esta matéria na internet e achei o seu blog, muito interessante, parabéns!
Então,decidi voltar para lhe dizer que a publicação original da reportagem foi na revista da Senergisul (Ano 5 – nº 16 Outubro/2004).

Abraços,
Arqª Cristiane Raimann

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