Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.
Mostrando postagens com marcador escola. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador escola. Mostrar todas as postagens

Contar Histórias na escola: desafio para professores iniciantes (e contadores de histórias)


Participação ativa dos alunos durante a aula de leitura e produção de textos na escola pública estadual José Candido de Souza em São Paulo
Uma-ideia-brilhante-que-depois-não-parecia-tão-boa- assim-mas-era-boa-mesmo-e-deu-certo
por Mariana Pesirani

Diante do desafio de dar aulas pela primeira vez, a pergunta que não queria calar na minha mente, ou melhor, a pergunta que gritava dentro da minha cabeça para se fazer ouvir em meio ao barulho da sala de aula do sétimo ano era: como vou fazer essas crianças me ouvirem? Como vou conseguir ler alguma coisa com eles nas aulas de Leitura e Produção de textos???

Contar histórias e formar o leitor: entrevista para o Instituto Aletria

Fabio Lisboa conta histórias na bilioteca Arnaldo Giacomo


“Quando as primeiras bibliotecas surgiram, havia um zzzzumm, zuzzzum, zzzzumm. Então, uma aranha, muito irritada com o vento causado pelo zumzumzum, que arrebentava os fios delicados de sua teia, fez:

“Shhhhhh”

E como o zunido continuasse, a aranha fez aquilo que fazia de melhor, que era o mesmo que a mãe dela fazia de melhor e que a avó dela fazia de melhor: ela teceu, grudando os lábios zunidores para que houvesse silêncio. 

E as bibliotecas tornaram-se casas silenciosas, onde pessoas silenciosas davam passos silenciosos, abriam livros silenciosos e liam silenciosamente.” 


O entrevistador João Camilo começa com esta provocação às bibliotecas, especialmente as que ficam às moscas, cheias de teias de aranha nas estantes e nas bocas dos visitantes porque só investiram em livros e não na formação do leitor.

Antes de o leitor curtir o silêncio de uma biblioteca e aproveitar os diálogos internos que um livro proporciona, é preciso que ele seja apresentado ao diálogo externo de um livro mediado por uma voz que dará clareza, fluência e emoção ao texto. Assim, o que era um intrincado amontoado de palavras para o leitor iniciante passa a ter sentido e despertar a vontade de descobrir mais.

Nesta entrevista o Instituto Aletria aprofunda este e outros temas provocativos

O uso da contação de histórias em bibliotecas traz mesmo o futuro leitor para o livro? Na sala de aula, quais os limites das histórias? O que elas podem ensinar e o que elas não podem? Incentivo a leitura é formar escritores também?

Ao contar histórias de origem literária, é melhor modificar ou manter-se o mais próximo do original? Como o texto escrito é inspirado pela contação de histórias (e vice-versa)? Qual é a história campeã?

Leia a entrevista neste link 
Aguardo seus comentários aqui e acolá, rs!

Mãos procuram mãos

Meu sangue está nas suas mãos. Eu não mato vocês. Vocês me mataram. Vocês me mataram quando eu tinha 5 meses antes de nascer. Quando eu chorava sem lágrimas, vida indesejada. Quando eu tinha um ano e só sabia chorar. Quando eu tinha 5 anos aprendi a chorar bem alto. Quando eu tinha 15 anos aprendi a chorar quieto, enquanto por dentro, vivia em prantos.

Você me matou desde o dia em que, da única vez que falei e perguntei seu nome, você riu de mim. Vocês, meninas, me mataram quando riram de mim porque eu era quem eu era. Mas quem eu era? Não sei.

Eu achava que você riam de mim porque eu vim de onde eu vim... Mas de onde eu vim? Não sei... talvez de uma mãe que não me quis... Eu vim de um lugar que não me queria dentro do seu corpo. Nenhuma mulher me quis dentro do seu corpo, quando dentro do coração bastava.

Quando encontrei uma mãe que me queria eu não sabia como querer, eu não sabia como amar. Para os meus irmãos era tão fácil amar. Tão fácil me acharem estranho. Em qualquer lugar era fácil me acharem estranho, principalmente na escola.

Por que não inventaram uma escola de amar?