Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.
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História: A Verdade

 Por Luís Fernando Verísssimo


Uma donzela estava um dia sentada à beira de um riacho, deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida. O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante. E a donzela disse: 

- Agora me lembro, não era um homem, eram dois.

A função da arte 1


por Eduardo Galeano

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.

Viajaram para o Sul. 

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. 

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 

- Me ajuda a olhar! 


Referências
Texto: "O Livro dos Abraços" de Eduardo Galeano, Tradução de Eric Nepomuceno, ed. L & PM.

Dedicatória:
À minha amiga contadora de histórias Rosita Flores - que me ajudou a olhar, pela primeira vez, das areias da praia, para a poética de Eduardo Galeano.
  
Ao meu aprendiz de contador de histórias de 8 anos, Gleisson - que nunca viu o mar, e me pediu para ajudá-lo a realizar este sonho que, se Deus quiser, será real em agosto de 2013.


História: Nasrudin e o relógio



Recontada por Fabio Lisboa

Naqueles tempos, Nasrudin começou a perder sempre a hora, seus horários se desencontravam com os de sua esposa, não só pela correria do dia-a-dia, mas por culpa do relógio de parede desregulado, que ora estava adiantado, ora atrasado.

A esposa de Nasrudin não demorou a reclamar: - Nasrudin, nossos horários não batem, esse seu relógio está sempre errado, você não vai tomar uma providência?

História: A princesa e a ervilha


Hans Christian Andersen
Tradução e adaptação: Fabio Lisboa
Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa. Mas o nobre rapaz não iria se contentar com pouco e queria uma princesa de verdade. Ah, mas como era difícil encontrar princesas de verdade naqueles tempos. Ele viajou pelos reinos mais distantes, à procura da princesa de seus sonhos, mas todas as que encontrou, tinham algum defeito. Não é que faltassem princesas não, muitas se achavam princesas, mas a dificuldade era saber se realmente eram quem diziam ser. O príncipe retornou ao seu castelo desiludido, pois gostaria muito de ter encontrado uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade no reino. Eram relâmpagos clareando o céu, raios estrondosos e um aguaceiro danado no castelo! Em meio aos trovões, bateram à porta e o rei em pessoa foi atender - os criados estavam ocupados enxugando os cômodos cujas janelas foram abertas pela tempestade.