Meu
avô Luiz, quando jovem, morava na Rua Sergipe, bem em frente ao Cemitério da Consolação.
Muitas
vezes, ao voltar para casa, fugindo da agitação paulistana de carros subindo e
descendo a Rua da Consolação que já nos anos 30 do século passado parecia barulhenta,
meu avô cortava caminho pela calmaria do meio do cemitério.
Às
vezes era fim de tarde, à noite caia em meio à passagem pela necrópole. Muitas
de suas histórias se passavam nesta passagem entre o mundo dos vivos e o dos
mortos e vice-versa.
Seria impossível dizer quais histórias aconteceram de fato, quais eram provindas da tradição oral ou quais eram inventadas na hora por ele na hora porque ao recontar, parecia reviver todas as suas aventuras, verdadeiras ou fictícias e, com precisão, graça, dava vida até ao que talvez... não tivesse mais vida.
Uma
vez o Vô Luiz me contou assim: