Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Brincar, contar histórias, cantar, dialogar: A importância destas atividades para o desenvolvimento infantil

Projeto ABC – Aprender, Brincar, Cuidar
Tema/Eixo 3 – Converse, brinque, cante e leia para o seu filho (parte 3 de 5)

Responsáveis: Andrew Swan 
Editado por: Fabio Lisboa

Lembra-se de quando ainda era criança, como você brincava? Lembre-se como era boa a sensação de liberdade, de poder explorar o seu mundo, ter os seus próprios pensamentos, os seus brinquedos, ouvir música, dançar, ouvir histórias, fantasiar, em sua casa, no seu quarto, na rua, ou em lugares próximos, na escola e até numa praia, onde quer que estivesse, brincar é o “eterno” momento de felicidade da criança. Lembre-se também das divertidas brincadeiras com outras pessoas, inclusive com a família, irmãos, avós, primos, vizinhos, professores, colegas, amigos etc. Brincar é um processo único, que é o fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criança. Para uma criança, brincar é a própria vida! Brincar durante a infância é tão bom que imaginamos como seria bom poder brincar para o resto da vida!
Então vejam que afortunadas pessoas como educadores, recreacionistas e pais que tem o privilégio de se reconectar a esta atividade prazerosa, tendo a oportunidade de brincar livremente com suas crianças!
Mas lembrar-se com alegria e saber da importância de brincar, de contar histórias, de cantar não basta. Os adultos envolvidos precisam participar e estar envolvidos. Pesquisas mostram claramente que os melhores projetos ou programas de apoio às crianças sempre envolvem os pais pois eles estão na melhor posição para dar permissão, encorajar e apoiar as crianças a participar das atividades que propiciarão o seu desenvolvimento.

A importância do brincar
Ao brincar a criança tem a oportunidade de começar e de controlar cada parte de sua atividade sem que ninguém lhe diga o que fazer. Brincar permite pensar sobre o mundo ao redor, desenvolvendo a autonomia e responsabilidade infantil. Uma brincadeira é quase sempre divertida e isso significa que as crianças aprendem muito mais assim, e o melhor, aprendem de uma forma agradável.

A criança pode exercitar a mente e o corpo quando brinca e pode aprender a gerir o estresse, resolver conflitos e lidar com suas emoções. O estresse gera muitos problemas de saúde, enquanto brincar (mesmo que durante o brincar enfrentemos situações estressantes) no fim das contas, tem um poderoso efeito relaxante, sendo uma atividade “desestressante” tão boa para crianças quanto para seus pais.

Se os adultos seguirem esta receita e compartilharem brincadeiras e outras atividades lúdicas com as crianças, relações mais amorosas e profundas vão surgir entre pais e filhos, professores e alunos, bebês e cuidadores. Mães e pais tem a vantagem de já ter um vínculo afetivo e poder fortalecê-lo brincando com seus filhos. As crianças querem brincar com outras crianças também, e os pais e educadores devem incluir a interação social infantil, facilitando assim, o desenvolvimento dos processos de comunicação e convivência. Os pais podem ir para locais públicos como parques, bibliotecas, brinquedotecas ou convidar amigos e vizinhos para visitas à sua casa. Seja com amigos, parentes ou sozinho, o brincar deve fazer parte do dia-a-dia da infância. Enfim, uma rotina diária que inclua um momento para brincar livremente é muito importante e necessária para a saúde das crianças.

A importância da fantasia
Ao entrar no mundo da fantasia infantil, começaremos pelas cantorias e ritmos musicais. Desde o útero entramos no ritmo do coração materno. Desde crianças, qualquer um cria sons e ritmos, seja com o corpo, com objetos ou com a voz. Mas quando adultos alguns enfrentam barreiras e traumas pois o certo e errado musical lhes foi imposto e eles têm dificuldade para atingir o “certo”. Acreditamos que o educador não deve impor estes limites proporcionando atividades lúdicas como: ouvir e diferenciar os sons: em momentos diferentes, nas salas de aula, na escola e em ambientes externos; explorar sons e ritmos com objetos comuns e partes do corpo; criar um ritmo, melodia e dança para o próprio nome e incentivar o grupo para que repita e imite os gestos criados; musicalizar frases comuns como “bom dia!” cantarolado de diferentes formas; relembrar e cantar (ou mesmo colocar um CD como apoio nas primeiras vezes) e inventar rodas e brincadeiras cantadas como corre-cotia.

Já o momento de contar histórias para bebês e crianças pequenas pode ser tanto um grande prazer quanto um grande martírio tanto para os contadores quanto para os ouvintes. Lembre-se que, a partir dos 9 meses (alguns antes) é uma fase egocêntrica de tentar impor a vontade própria. O bebê quer tomar decisões sozinho, por exemplo, agarrando objetos que de alguma forma despertaram sua curiosidade (como livros) e explorá-los, sentido sua textura, cheirando, rasgando, comendo. Então algumas ações podem ser tomadas para prevenir que o momento da leitura se transforme em um puxa-daqui puxa-de-lá. Uma delas é ter em mãos um livro resistente e apropriado para bebês e outro que o adulto vai efetivamente ler para a criança. O importante é que o bebê sinta que o livro pode ser um ponto de conexão entre ele e os pais ou cuidadores. Assim, o bebê desenvolverá uma relação afetiva com as narrativas e os livros.

Quanto mais cedo o bebê e a criança forem apresentados à prática de compartilhar narrativas (sejam elas orais ou literárias, reais ou fictícias), mais aproveitarão os benefícios desta prática. Ouvir e contar histórias desenvolve o prazer pela leitura e escrita. Desenvolve as habilidades na comunicação e a criatividade. Desenvolve o prazer pela descoberta, pela pesquisa e pelo conhecimento. Desenvolve também a autoestima. As crianças que leem serão menos propensas a se render a vícios como o fumo e o consumo de drogas e álcool. A leitura favorecerá às crianças tornarem-se adultos menos preconceituosos e com maior facilidade de resolver um conflito pacificamente.

Mais informações sobre os parceiros idealizadores e realizadores do projeto ABC:
www.unitedway.org.br
http://www.ipabrasil.org/


Postagem introdutória sobre o projeto

Histórias selecionadas para o projeto.

5 comentários:

iarad disse...

Oi gostei do seu texto, visite o meu blog com textos pessoais. Obrigado.

Taty disse...

Adorei a publicação.Esse assunto é pouco abordado e de extrema importância!
Eu tenho uma filhinha de 4 meses e gostaria de saber que tipo de histórinha posso contar para ela "ninar"...as vezes invento algumas histórinhas e ela fica com os olhos fixos em meus lábios, ouvindo tudo(hehe).Me ajuda?
Obs: Já intoduzi no mundinho dela, os livrinhos de pano, livros de fantoche e livros de banho. e ela os recebeu muito bem!
Grata!
tatydully@gmail.com

Fabio Lisboa disse...

Oi Taty

Obrigado pelo incentivo e parabens por ser uma mae de apenas 4 meses e já mediadora de leitura!

com relacao a dicas de livros, leia a postagem 600 livros antes de entrar pra escola... Em breve, vou editar algumas dicas do Instituto Alfa e Beto (IAB) sobre este tema, mas por hora entre na postagem e nos links do IAB e boa leitura!

http://www.fabiolisboa.com.br/2010/08/600-livros-antes-de-entrar-para-escola.html

Abs,
Fabio

Taty disse...

Muito obrigada pelo apoio Fábio!Quero proporcionar a minha pequena o "direito" ao acesso a informação e ao conhecimento , que EU não tive na minha infância.
Vou ler a sua indicação, com com o maior prazer!
Sucesso pra vc sempre viu!

Cláudia Cristina disse...

Caro Fabio
Que maravilha de texto!
Um abraço frateno!
de Santos - SP :)

Postar um comentário