Por Fabio Lisboa
Tentaram silenciar Malala de uma vez por todas. Em 2012, com
15 anos, a menina seguia em um ônibus escolar quando foi baleada na cabeça. Falharam.
Ela ficou em coma por 3 dias mas se recuperou totalmente e continua defendendo
o direito às meninas paquistanesas de estudar.
"Extremistas mostraram o que mais os amedronta: uma menina com um livro." Malala Yousafzai
Ela morava no Vale de Swat, região paquistanesa
onde o conservadorismo religioso impera, lá as mulheres são incentivadas a se
limitarem a cuidar da casa e dos filhos (apenas 34%
das meninas frequentam as escolas). Malala foi educada no colégio de seu
pai mas a influência do talibã se tornou cada vez mais intensa, inclusive
fechando as escolas em 2008 por um mês. A seguir começaram a haver ataques a
escolas e assassinato de professores e policiais que se recusavam a seguir as
regras impostas.
Em 2009, com 11 anos, Malala se
tornou mundialmente conhecida quando começou a escrever por alguns meses num
blog da BBC "Diário de uma Estudante
Paquistanesa", contando as dificuldades da educação feminina sob o
regime talibã.
Neste mesmo ano, os talibãs
perderam o domínio da região para o exército, todavia, continuaram ameaçando
estudantes femininas e professores. Três anos mais tarde, depois de escolas
incendiadas e mais mortes, Malala foi abordada e atingida pelo tiro
supostamente fatal, de autoria assumida pelo talibã.
Após o incidente, foi levada de
helicóptero até o hospital militar de Peshawar. Um grupo de médicos ingleses
estava na cidade e foi chamado a avaliar e acompanhar o caso.
Conseguiram transferi-la para
um Hospital em Birmingham, na Inglaterra, onde, depois de meses de tratamento,
se recuperou completamente e vive até hoje. Mas ela não desiste do diálogo e pretende
voltar à sua terá natal: "Vou
ser política no futuro. Quero mudar o futuro do meu país e quero que a educação
seja obrigatória", disse em recente discurso na ONU.
Mesmo na Inglaterra, continuou recebendo ameaças que ela responde com
fineza, coragem e firmeza: “[Os Talibãs] devem fazer o que querem através do
diálogo. Matar, torturar e castigar gente vai contra o Islã. Estão utilizando
mal o nome do Islã".
"Eu espero que chegue o dia em que o povo do Paquistão seja livre,
tenha seus direitos, paz e que todas as meninas e crianças vão à escola". Ano
passado, Malala ganhou o Prêmio Internacional da Paz da Infância. Este
ano, 2014, recebeu o Nobel da Paz!
"Os terroristas pensaram que eles mudariam meus objetivos e
interromperiam minhas ambições, mas nada mudou na vida, com exceção disto:
fraqueza, medo e falta de esperança morreram. Força, coragem e fervor
nasceram". Malala Yousafzai
Esperamos que o seu protagonismo juvenil e suas palavras em
defesa da paz, do diálogo e da educação reverberem pelo planeta e incentivem muitos
jovens a pensarem e construírem uma nova cultura para a nossa comunidade
planetária, uma cultura de paz.
“Uma criança, uma professora,
uma caneta e um livro podem mudar o mundo”.
Malala Yousafzai
Por Fabio Lisboa
Referências
Artigo:
Foto:
Brigitte
Lacombe
Livro:
Eu sou Malala – Yousafzai,
Malala / Lamb, Christina - Companhia das
Letras
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