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Justitia em Florença, Itália. Foto: John Baltaks |
Um dia, o juiz da cidade adoeceu. No
outro dia, foram chamar o mulá Nasrudin para substituir o juiz.
- Nasrudin, o nosso juiz está de cama
e não poderá julgar hoje. Querido mestre, poderia nos ajudar?
- Tenho minhas dúvidas se eu saberia
me comportar num tribunal... – ponderou Nasrudin.
- Ora, claro que saberia, não há
dúvidas de que seria um ótimo juiz, Nasrudin! Afinal, todos sabem que você é um
homem sábio, justo e honesto!
- Por isso mesmo tenho minhas dúvidas
se eu saberia me comportar num tribunal...
Nasrudin argumentou mas, de tanto
insistirem, antes de perder a paciência (e com ela a sabedoria), acabou
aceitando passar o dia no tribunal como juiz.
Chegando lá, colocaram-lhe toda a
indumentária, o mulá adentrou o tribunal e sentou-se na cadeira magistral.
Todos o aguardavam, ao lado dele o réu acusado de um grave crime, do lado
direito o advogado de defesa, do lado esquerdo o de acusação, diante dele o
público que iria assistir a tudo, curioso em conhecer o primeiro veredicto do
juiz Nasrudin.
E assim que o juiz abriu a sessão, o
advogado de acusação não perdeu tempo. Acusou o homem de crimes gravíssimos,
construiu uma argumentação impecável, chegando racionalmente à seguinte
conclusão: - O réu é culpado.
Ao que o juiz Nasrudin prontamente
respondeu: - Tem razão!
O advogado de defesa levantou-se
indignado: - Mas Sr. Juiz, Nasrudin, isso é um absurdo, vossa excelência nem
sequer ouviu o lado do meu cliente – protestou.
- Pois diga, a palavra é sua...
E sem perder tempo, o defensor usou
muito bem a palavra, contradizendo e desconstruindo cada uma das gravíssimas
acusações, chegando emocionado à seguinte conclusão: - O réu é inocente.
Ao que o juiz Nasrudin calmamente
respondeu: - Tem razão!
Nessa hora, algumas pessoas ficaram boquiabertas,
encucadas, no entanto, o escrivão que acompanhava a palavra de todos de perto,
disse:
- Com licença, vossa excelência: a
acusação ter razão e a defesa ter razão, não dá!
Ao que o juiz Nasrudin prontamente
respondeu: - Tem razão!
Referências
Imagem:
Estátua em Florença, Itália - Foto: John
Baltaks
A estátua representa a deusa
romana Justitia (correlata à deusa da justiça grega Têmis) que originalmente
carregava a balança representando a verdade e a igualdade para um julgamento equilibrado,
depois ganhou a espada, representando o poder da razão e da justiça e, a partir
do século XVI, começou a ser retratada cega, representando a imparcialidade que
a justiça deve ter. Fonte: Wikipedia.
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