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Evento “Conversas ao pé da página”: Ler e contar histórias criam conexões e ajudam a enfrentar as crises

Leitura favorece a construção de laços e de significados

 


O contato com a leitura literária na primeira infância é fundamental para a formação psíquica do ser humano porque promove o acesso a diferentes linguagens e culturas, o que favorece a construção de significados. A conclusão é dos colombianos Evélio Cabrejo-Parra, doutor em linguística pela Universidade Paris-Sorbonne, em Paris (França) e Yolanda Reyes, mestre em Língua e Literatura Espanhola pelo Instituto de Cooperação Ibero-americano de Madri (Espanha).

Os dois especialistas participaram do segundo seminário da série Conversas ao Pé da Página, promovido na capital paulista pelo Serviço Social do Comércio do Estado de São Paulo (Sesc/SP) no dia 17 de maio. O Conversas ao Pé da Página é realizado em parceria com o Instituto C&A e a Coordenadoria de Bibliotecas do Município de São Paulo [e é organizado por A Cor da Letra - Centro de Estudos em Leitura, Literatura e Juventude e a Revista Emília -especializada em leitura e literatura juvenil].

A série de seminários, consta de seis encontros entre abril e outubro de 2011. A ação busca fomentar:
- Formação de leitores,
- Reflexão sobre o papel e a importância da leitura,
- Formação de mediadores,
- Intercâmbio de experiências latino-americanas.

“A criança pequena precisa de leite materno, carinho e linguagem”, sintetizou Cabrejo-Parra, esclarecendo que a linguagem a que se refere não deve estar reduzida a falas cotidianas e a orientações aos pequenos.
 
“Os adultos devem oferecer às crianças desde cedo o contato com as histórias, para que elas percebam a musicalidade das palavras e estabeleçam significados dos objetos por meio da audição”, disse. “O que importa na leitura na primeira infância é o processo de construção psíquica e não a apropriação da narrativa da história contada. Essa cognição aparecerá mais tarde de forma natural se a criança já estiver habituada aos livros”, completou o especialista.
Yolanda Reyes comparou a leitura de histórias às canções de ninar. “As histórias hipnotizam as crianças. Mesmo que não entendam o que está sendo dito, elas estão prestando atenção nas imagens do livro, nas formas e nuances da fala do contador. É esse contato com a linguagem que é fundamental”, observou.

Outro ponto levantado na palestra foi o ganho na qualidade da relação pai/mãe e filho por meio da leitura. “Ler histórias para nossos filhos faz com que nós os conheçamos melhor”, afirmou Yolanda. “A relação entre adulto e criança se aprofunda porque o adulto está emprestando a voz para que a criança conheça a história que ela quer saber”, adicionou Cabrejo-Parra.

No que se refere às políticas públicas voltadas à leitura na primeira infância, os palestrantes ressaltaram a importância do acervo e da formação de mediadores. “Não adianta comprar livros se não há uma pessoa qualificada para mediar, e vice-versa”, contrapôs Yolanda. “A promoção da leitura se dá na relação da criança com o livro, sob a mediação de um adulto”, complementou.


Próximo Seminário:
"Leituras em Situação de Crise"


A Crise aqui mencionada faz parte da vida. O homem produz literatura, necessita  compartilha-la, transmiti-la para estar vivo. Ser introduzido no mundo da linguagem e da cultura é fundamental para o desenvolvimento humano. Quando a adversidade da vida é excessiva, as pessoas se recolhem, encontram-se impedidas de sonhar de pensar, de aprender. A leitura e a literatura são respostas, saídas histórico-sociais para a barbárie. A humanidade se constitui enquanto tal exatamente porque é capaz de produzir narrativas para se conhecer e se reconhecer no outro, nos outros. Inserir a leitura neste pano de fundo civilizatório ajuda a refletir em um plano onde modelos e classificações não encontrem espaço e a leitura possa aparecer como encontro gratuito cujo sentido depende precisamente da relação ativa que se estabelece entre os textos e os leitores.

Sobre as palestrantes
Michèle Petit é antropóloga francesa, autora de A arte de ler ou como resistir à adversidade, (Editora 34, São Paulo, 2010) e Patrícia B. Pereira Leite é psicóloga e psicanalista, curadora das “Conversas ao Pé da Página” e fundadora de A Cor da Letra. Na primeira parte, o evento é mediado por Dolores Prades, a seguir a prática do Projeto Fiandeiras será mostrada por Diana Sales e Luciana Gomes e o encerramento ocorre depois do bate-papo com os presentes.

Obs: Em breve iremos nos aprofundar sobre a obra de Michèle Petit no Blog Contar Histórias.

Postagem relacionada ao tema:

Brincar, contar histórias, cantar, dialogar: A importância destas atividades para o desenvolvimento infantil

Sobre o evento
[Terça Feira dia 5 de julho de 2011- SESC Pinheiros]
Informações
As inscrições realizadas pelo site são válidas para
os eventos da cidade de São Paulo.
Para inscrições de outras cidades, entre em
contato com as unidades do SESC mencionadas.
Para cada seminário é necessário
fazer uma nova inscrição
(11) 3817 - 4490

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