Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Pequeno tributo a história de Jane Goodall: Uma vida dedicada a vida - das pessoas, dos animais, do planeta

Retrato da primatologista britânica Jane Goodall realizado no estúdio fotográfico da National Geographic Society em Washington, Estados Unidos. Foto de MARK THIESSEN

 

Homenagem do Blog Contar Histórias em honra a Jane Goodall e seu legado. Por Fabio Lisboa

 

Dra. Jane Goodall foi a maior primatologista do mundo, uma das mulheres que revolucionou a ciência com as suas descobertas (redefinindo o que era ser humano, por exemplo, até os anos 60 do século XX, o uso de ferramentas era considerado o nosso “diferencial”, o que mudou, quando Jane registrou os chimpanzés usando gravetos como vara de pesca de cupins) e uma incansável ativista pelo meio ambiente e justiça socioambiental.

 

A cientista foi também uma oradora fantástica, uma verdadeira contadora de histórias. Muito me tocou o seu relato de, quando criança bem pequena, ter levado um punhado de terra com minhocas pro meio da sala de estar de sua casa pra brincar. Sua mãe, em vez de brigar com ela, a ensinou, com docilidade, que o lugar das minhocas era na terra e a ajudou a devolve-las (vivas) até o quintal de sua casa.*

 

Aos 23 anos, na época em que realizou o seu sonho ao viajar para a África (Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia) e pesquisar a vida na floresta, os cientistas da época (anos 60) torciam o nariz para a sua metodologia pois os seus objetos de pesquisa (os macacos) deveriam ser numerados e não serem indivíduos com nomes, por sinal, inspirados em suas personalidades distintas, como ela fez com Goliath, Frodo e o primeiro do grupo, depois de meses de aproximação, a se afeiçoar dela, David Greybeard.

 

A inspiração para a primatologista sobre a inteligência e as emoções dos animais foi o que ela define como o seu primeiro professor: seu cão vira-latas, Rusty. Ao honrar seu companheiro canino, Jane cria empatia com quem já cuidou de cão, gato, papagaio ou qualquer outro animalzinho e por meio da memória e do imaginário, facilita a nossa profunda conexão com todos os seres vivos e o planeta.

 

Por muitas décadas - até os 91 anos - nossa embaixadora da paz pela Unesco percorria o globo ministrando 300 palestras por ano, encantando e entusiasmando a todos com a sua energia, empatia por todos os seres e pela natureza. Morreu tranquilamente dormindo no meio de uma de suas turnês pela Califórnia. Seu legado continua em suas instituições como a Roots and Shoots com milhares de jovens participando e milhões de pessoas pelo mundo todo que, como ela, tem esperança em deixar a vida e o planeta melhor por onde passam para as próximas gerações.

 

“Todos os dias, todos nós podemos fazer a diferença. E nós mesmos escolhemos como faremos a diferença.”Jane Goodall (Londres, 3 de abril de 1934 – Los Angeles, 1 de outubro de 2025).

 

Homenagem do Blog Contar Histórias em honra a Jane Goodall e seu legado. Por Fabio Lisboa

 

Referências:

https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2025/10/morre-jane-goodall-aos-91-anos-maior-primatologista-do-mundo-foi-pioneira-no-estudo-dos-chimpanzes

* MasterClass Dr. Jane Goodall teaches conservation (https://www.masterclass.com/classes/jane-goodall-teaches-conservation)

 

 

Jane Goodall dando uma palestra para os membros da Academia Nacional de Ciências nos anos 60, na qual ela descreve seus estudos com chimpanzés na África. FOTO DE GEORGE F. MOBLEY

 

 Conheça o nosso repertório de contação de histórias:

 

Mudas de Mudança, Sementes de Esperança

Sessão de contação de histórias e atividades sensibilizantes sobre as ODS, 

as mudanças climáticas - e em nós

 

Fabio Lisboa contando histórias na Biblioteca Parque Villa-Lobos (São Paulo-SP). Foto: Juliana Roncada

 

Na múltipla encruzilhada entre o aqui-agora de emergência climática, COP30, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2030 (e para já) e o tempo além do tempo de dias melhores, se cruzam histórias de seres e árvores próximas e distantes, desde a fábula do sábio tigre, rei da floresta de Bali, em busca de equilíbrio ecológico, a harmonia dos ciclos da natureza na origem da noite num mito indígena amazônico dos Gavião-Ikolen, até encontrarmos, em nossas próprias histórias, o plantio de uma diversidade de boas palavras e ações para germinarmos mudas de mudança e semearmos sementes de esperança.

 

O projeto envolve sessões de contação de histórias, danças circulares, atividades sensibilizantes de educação ambiental sobre as mudanças climáticas e em nós e, opcional, de distribuição e/ou plantio de sementes e mudas e participação de ativista liderança socioambiental e/ou representante de povo indígena.

 

Fabio Lisboa

Contador de histórias, autor premiado, mediador de leitura e palestrante há 20 anos. Graduado em Letras-USP e pós-graduado em A Arte de Contar Histórias. Já foi formador da UMAPAZ e do Centro de Formação Profissional e Educação Ambiental Reciclázaro, lider pelo Climate Reality Project Brazil e embaixador pelo clima da cidade de São Paulo. Já contou histórias ambientais em parques da cidade, reservas ambientais, festivais nacionais, nas cinco regiões do país, e internacionais, em meio à neve, no Canadá, e diante do deserto, nos Emirados Árabes! Fundador do blog www.contarhistorias.com.br

 


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