Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

História: O Anel do Rei e a Justiça

História da tradição oral – reconto: Fabio Lisboa

Era uma vez, há muito tempo na África, no reino Monomotapa, um rei que era conhecido por buscar sempre a justiça e a verdade. Esse rei possuía um anel poderoso. Diziam que com o anel o rei podia enxergar a verdade até mesmo por trás de palavras falsas. E com a ajuda do poder do anel, a justiça sempre saia triunfante.

O anel havia sido forjado por artesãos de outros tempos e acompanhava os reis desde então. Era feito de ouro do rio Nilo, incrustrado com adornos de prata do rio Congo e cravejado de diamantes do rio Zambezi. O anel, assim como rei, representava a união de várias tribos da África, em especial das regiões que hoje conhecemos como Zimbábue e Moçambique.

Os chefes espirituais das várias tribos, que eram os responsáveis pela escolha do rei Monomotapa, viviam em certa harmonia, com exceção de Roswi, que não havia escolhido aquele rei, que questionava o seu poder e cobiçava o seu anel.

História: O velho, o fardo e a morte

 
 História da tradição oral recontada por Fabio Lisboa

Um velho caminha a passos lentos pela estrada... Carrega nas costas um fardo pesado.

O homem, encurvado, não aguenta mais sustentar aquela carga na vida. Até tal ponto que, bufando, joga o fardo no chão, praguejando:

- Ufff, que fardo pesado é esse que eu carrego nesta vida! Se continuar desse jeito, de que adianta viver? Seria melhor encontrar logo com a MORTE.

O ar fica pesado e a morte aparece:

- Me chamaste?

O velho, sem graça, se abaixa rapidamente dizendo:

- Sim, chamei sim, dona Morte, er, pra senhora me ajudar a por de volta este fardo nas minhas costas. É que ele me escapuliu, obrigado. Olha, daqui pra frente eu mesmo levo, pode ir e... não precisa voltar tão cedo, viu?

A morte de fato partiu e, depois daquele breve encontro... não é que o fardo do velho parece que ficou bem mais leve...

História da tradição oral recontada por Fabio Lisboa

Referências

Ouvi esta história contada por Ilan Brenman em 2012 na Casa da História - espaço cultural e sede das Meninas do Conto.

Imagem
Foto: http://www.cheddarcheesemedia.com/nepal/journal18.php

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IV Festival de Contadores de Histórias - CCBB 2014 - apresentações gratuitas


Toumani Kouyaté e Dinah Feldman se apresentam às 15h do dia 26 de janeiro (Foto: Roberto André/Divulgação)
 

Por GiraSP
 
Para celebrar o aniversário de 460 anos da cidade de São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil – SP, por meio de seu Programa Educativo, realiza nos dias 25 e 26 de janeiro a quarta edição do Festival de Contadores de Histórias. O objetivo é fazer com que o público da cidade conheça e se reconheça por meio de histórias que apresentam as diversas identidades “presentes” na capital paulista.
 
Serão 14 apresentações gratuitas reunindo grupos e artistas representativos do gênero, tais como Ópera na Mala, Meninas do Conto, Kiara Terra, Cia do Solo, Cia Prosa dos Ventos, Trecos e Cacarecos, Cia das Cores, entre outros. Vale destacar ainda a participação do músico e ator africano, radicado na França, Toumani Kouyaté, que ao lado da atriz brasileira Dinah Feldman, irá narrar a história Kirin kirin.

História: Dois irmãos e um muro


História recontada por Fabio Lisboa

José e João eram dois vizinhos que viraram amigos muito próximos. Tão próximos que se consideravam irmãos. Tão próximos que pegavam emprestado as ferramentas da roça um do outro. Mas se um pegava uma foice, devolvia-a amolada. Se o outro pegava o rastelo com o cabo frouxo, devolvia-o com um cabo novo. Sempre trocando palavras e gestos de gentilezas e sabendo oferecer, quando preciso, não só uma mãozinha, mas perdão. Infelizmente, não no episódio da cabra sem dono.

História real: Projeto “Se por apenas um segundo”

®Mimi Foundation – Foto: Vincent Dixon
“Sabe o que eu mais sinto falta? Ser despreocupada.”
Esta frase de Katie A., diagnosticada com câncer em 2011, inspirou o projeto “If only for a second” (Se por apenas um segundo). Em 17 de junho de 2013, a Mimi Foundation em colaboração com a agência Leo Burnett da França convidam 20 pacientes com câncer a participar de uma experiência única de transformação visual.
Os participantes pensam estar recebendo uma mudança de visual comum e são instruídos a fechar os olhos durante o processo. Porém, quando abrem os olhos dão de cara com um “eu” extravagante! Nenhum deles consegue conter a emoção e o riso. Nem quem assiste a estas verdadeiras transformações.

História: O que é justo...


Conto da tradição oral irlandesa recontado por Fabio Lisboa

Este conto relata o encontro de dois personagens irlandeses históricos que viveram no início do século XIX, um deles, um homem muito simples e injustiçado; o outro, um letrado advogado; incansável buscador de justiça.


Wilson Paddy Wood era um lenhador humilde e honesto que morava num pântano mas visitava quase todo santo dia a cidade vendendo um pouco de lenha a um preço justo e comprando o que comer e vestir. Mesmo vestindo roupas fora de moda e largas - que, aliás, combinavam com sua espessa barba, cabelo desgrenhado e com seu peludo jumento - era bem visto pela maioria, que se encantava com sua simplicidade e bom coração. Wilson dizia assim:

- O que é justo é justo: Madeira! Madeira! Pague o quanto puder! Se não puder, pague quanto puder - e quando puder!

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Reconto de lenda histórica japonesa por Fabio Lisboa

Nos tempos medievais no Japão existiu um talentoso artista, Mochimitsu, que encantava a todos quando tocava o seu hichiriki. O músico viajava muito pois sua arte era requisitada pelos clãs dos quatro cantos do país. 

Diziam que quando viajava pelos mares, até as baleias e aproximavam para ouvir melhor a arte de Mochimitsu. Acontece que quando estava em Aki prestes a partir rumo à província de Tosa o navio em que estava foi saqueado por piratas sanguinários. E a embarcação não contava com nenhum samurai para defender os tripulantes.