Por Fabio Lisboa
A
experiência da leitura de Rubem Alves pode nos despertar para experiências
cotidianas tanto menos indiferentes, desérticas, embotadas e solitárias, quanto
mais enriquecedoras, cheias de vida, emotivas e solidárias. O autor nos convida
a olhar o mundo com os olhos do outro. A sermos mais empáticos. Menos frios. A
enxergar a história do outro, mesmo que seja triste.
Se
o contador de histórias é a história que conta, e o outro também se conta (e se
encontra) aí nesta mesma narrativa, podemos ser então, ao narrar, ao mesmo
tempo, nós e o outro. E assim, neste espaço comum, com nossas emoções
compartilhadas e nossa capacidade de buscar finais felizes, talvez possamos tornar
a nossa história – e a do outro - menos triste.
Vistas
por este prisma, narrativas podem mesmo iluminar quem está na escuridão? Podem
ensinar algo a quem não quer nem saber? Acredito, como Rubem Alves, que as palavras
podem, sim, ser capazes de alegrar e trazer a primavera até para as areias e
gelo... E quando isso acontece...
É
assim que acontece a bondade
Por Rubem Alves








