O manto, o turbante e o jantar
História da tradição oral
sufi recontada por Fabio Lisboa
Nasrudin foi convidado para um jantar suntuoso no
palácio do emir. O mulá apareceu ao banquete de gala montado em sua mulinha,
com suas roupas mais simples e surradas. Nem é preciso dizer que ele sequer
conseguiu passar do portão de entrada vestido daquele jeito.
Mesmo ao se identificar, acharam que tratava-se de
um impostor. Contrariado, ele foi até a sua casa, vestiu o seu melhor manto e
turbante e voltou à mansão. Dessa vez, claro, conseguiu entrar.
Ao ver o mestre Nasrudin, um homem tão magnífico entrando,
os arautos e serviçais logo reservaram à ele um local à mesa bem próximo do anfitrião
da festa. Acontece que assim que a comida foi servida Nasrudin agiu de um modo
muito estranho.
Ele começou colocando tabule e carne crua nos
bolsos. Depois, besuntou um pedaço de pão com homus mas em vez de leva-lo à
boca, esfregou cuidadosamente o pão e o homus
por todo o seu manto. A seguir, abriu um figo ao meio e espremeu a fruta nas
mangas da roupa. Então começou a derramar vinho em seu turbante. O emir não
aguentou mais:
- Nasrudin, o que está fazendo?
- Desculpe, não deixaram Nasrudin entrar na festa. Estou
alimentando estes distintos manto e turbante, estes sim, puderam entrar para jantar.
Referências
História ouvida do narrador árabe Jihad Darwiche durante Boca do Céu – Encontro Internacional de Contadores de Histórias 2014
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