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Eta Aquarídeos registrados em 2013 na Austrália pelo astrofotógrafo Colin Legg |
Por Fabio Lisboa
Estrelas cadentes podem, sim, realizar desejos. Principalmente se o seu
desejo é ver estrelas cadentes e você não mora numa cidade encoberta pela
poluição, pela luminosidade excessiva e está lendo isto no tempo certo (duplamente)
- ou seja, em noites com o céu aberto e na primeira semana de maio de 2014. Neste
período, rastros do cometa Halley, 28 anos
depois de sua passagem 56 milhões de quilômetros rente ao nosso planeta, voltam a cair
na Terra criando um chuva de meteoritos, mais poeticamente conhecidos como
estrelas cadentes.
Mas se não estiver lendo este post no “tempo certo” e nem na cidade certa
saiba que você também pode enxergar estrelas cadentes, realizar desejos e até desanuviar
um céu nublado. E tudo começa com uma história.
Era uma vez um menino que acreditava em cometas e estrelas cadentes mesmo
sem nunca ter visto nem um, nem outro. Esta criança acreditava em coisas
impalpáveis ou difíceis de acreditar como nos peixes que o avô em outros tempos
pescara ou que um dia chegaria o tempo de realizar desejos impossíveis.
Em 1986, o menino realizaria o desejo de ver um cometa. O famoso Cometa Halley!
Só que não, não foi possível.
Mas o menino nunca desistiu. Quem sabe veria algumas estrelas cadentes e
faria pedidos estratosféricos para compensar a frustração. Não viu as estrelas
tão cedo mas fez os pedidos assim mesmo. E nem eram tão estratosféricos assim. Queria
ser escritor. Queria a paz no mundo.
Virou contador de histórias. Depois, agente da paz. Depois escritor de
verdade. Num dia contou histórias sobre os heróis da paz. No outro, fez as
pazes com a sua amada e com o seu irmão. Noutro dia
desses, viu estrelas cadentes de verdade! Bem já era adulto. Mas, nesse dia, estava
rodeado de crianças.
Apontou para o alto mostrando a imensidão do céu para os pequenos: - Viram?
As estrelas cadentes são de verdade! Tão de verdade quanto os pedidos, desejos
e sonhos que confidenciamos a elas.
- Não tô vendo nada! – reclamaram alguns que apenas momentaneamente
olhavam para cima depois logo desviavam o olhar.
- Continuem olhando pra cima e buscando luzes! Não pensem que é fácil ver
estrelas cadentes e realizar desejos, mas também não é nada impossível –
insistiu o sonhador profissional.
Naquela noite, naquele acampamento em Jarinu, no interior de São Paulo, todos
tiveram ao menos umas seis chances de ver as estrelas caindo do céu em direção
da terra e fazer pedidos. Algumas crianças ficaram tristes porque não viram
nenhuma.
- Podem fazer pedidos mesmo assim – concluiu o contador de histórias. E
contou a sua história. Exatamente essa que contei a vocês.
E, quem sabe, algumas crianças que não conseguiram ver nada, talvez tenham
conseguido imaginar o invisível e visualizar seus próprios sonhos.
Na noite de hoje o contador de histórias está numa cidade longe da sua.
Com menos luz. Longe da sua princesa encantada. Mas ele também vai olhar para o
céu e fazer pedidos.
Porque o contador aprendeu a acreditar no poder das palavras-estrelas-cadentes,
no poder destas fontes de luz chamadas histórias.
Afinal, são as histórias que nos ensinam a dar à luz a nossos sonhos - e ainda
nos deixam um rastro de como realizá-los. Elas nos ensinam a olhar mais alto,
mais longe, mais bonito. Elas nos mostram caminhos e nos encaminham a ir mais
longe, nos levam a subir mais alto, e fazem, de fato, o nosso céu mais bonito.
Por Fabio Lisboa (www.contarhistorias.com.br)
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1 comentários:
História linda e emocionante! Amei!
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