Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Os contos de fada como instrumentos de superação das dificuldades de “encontro” na escola



 por Vania Longo

No ambiente escolar, alguns motivos levam os alunos a se “desencontrar”, desmotivando-se pelo estudo, não se interessando pelas matérias ensinadas, tampouco pelas aulas ministradas, não estabelecendo vínculo com os colegas, apresentando apatia diante das tarefas, ritmo lento ou acelerado em relação à turma, demonstrando dificuldades  na aprendizagem, logo, estando sujeitos à reprovação, o que agrava ainda mais o quadro discorrido.

Observamos que invariavelmente os estudantes não estão devidamente mediados para a aprendizagem, os conteúdos apresentados não falam para a essência, para a “alma”, a escola e a família não conseguem interessá-los, despertá-los para uma vida interior que faça conexão com o conhecimento sistematizado pelas ciências e assim são fortalecidos os motivos para a “desistência”, apatia, desinteresse.

Por que as coisas tem o nome que tem?



Uma história real, por Fabio Lisboa

Sempre quis conhecer o real significado das palavras. Um dia eu descobri porque o pufe se chamava pufe.

“Não faça isso, é perigoso” – meus pais sempre diziam isso quando eu fazia descobertas semânticas arriscadas como a do pufe.

Contos de Fadas: espelhos mágicos da alma (parte 3 de 3)


Ilustração de Igor Oleynikov em The King with horse´s ears and other Irish folktales
História: O rei que tinha orelhas de cavalo

Inspirada num conto da tradição oral irlandesa
Narrativa recontada e adaptada por Fabio Lisboa

Era uma vez um rei tão bonito e bravo quanto um cavalo selvagem. Era o rei Equinus IV do reino de Apparentis, um lugar onde cada pessoa buscava esconder os defeitos para ser, ou melhor, parecer... perfeito.

Contos de Fadas: espelhos mágicos da alma (parte 2 de 3)

Capa e ilustração de Bruna Assis Brasil em Branca de Neve e as Sete Versões.

  por Fabio Lisboa

Em seu livro “Branca de Neve e as Sete Versões” o escritor José Roberto Torero conta que um dia a princesa acordou mais bela que a rainha madrasta. Neste dia, esta foi até o espelho mágico e perguntou:

“- Espelho, espelho meu, existe alguém no mundo mais bela do que eu?

E agora: O que você acha que acontece? Se você quer que o espelho minta vá para a página 08. Se você quer que o espelho diga a verdade, vá para a página 10.”[1]

Contos de Fadas: espelhos mágicos da alma (parte 1 de 3)

Ilustração de Bruna Assis Brasil em Branca de Neve e as Sete Versões. 


Os olhos humanos de uma sociedade que exageradamente se vê através de olhos eletrônicos coletivos são suficientes para nos enxergar como indivíduos? Neste contexto, os nossos sonhos são traçados por nós ou por outros para nós?

Os contos de fadas reforçam valores humanos ainda essenciais ou ideias antiquadas que não servem mais para nada nos dias de hoje? Será que estas histórias tão antigas podem mesmo refletir as profundezas da psique humana e por isso tornaram-se imprescindíveis na construção do nosso “eu” e na conexão com o outro?

História: A quem pertence a terra

Foto: Eduardo  Hanazaki

 História da tradição oral recontada pelo artista “anônimo” Fabio Lisboa
(continuação do post Contadores de Histórias: Artistas Rupestres das Palavras)

Era uma vez um humilde lavrador cujas terras sempre foram inférteis. Cansado de plantar muito e colher “pouco ou quase nada” decidiu tentar a sorte pelo mundo.

Contadores de Histórias: Artistas Rupestres das Palavras


 
 Artista aborígene Donny Woolagoodja fazendo a tarefa que herdou de seus antepassados: 
retocar a pintura na pedra de Wandjina em Kimberly, Austrália.

O aborígene passa em frente à rocha colorida e reconhece os desenhos que contam uma história de homens, mulheres, animais e a natureza em harmonia. O aborígene se emociona não só pela beleza e poder da arte na pedra mas porque os desenhos estão se desfazendo. Ele chora. É como se Wandjina, espírito da Nuvem e da Chuva, fosse embora da convivência com os humanos e não mais moldasse com beleza o meio ambiente. O homem começa a juntar barro, rocha ferrosa, carvão, calcário e o sumo de certas plantas para fazer tintas naturais. Depois de prontas e dos rituais apropriados, o artista contemporâneo começa a restaurar e refazer a obra de seus ancestrais que, aliás, acreditam ter sido pintada originalmente pelas próprias divindades no começo dos tempos, no Tempo dos Sonhos.