Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Contar histórias e formar o leitor: entrevista para o Instituto Aletria

Fabio Lisboa conta histórias na bilioteca Arnaldo Giacomo


“Quando as primeiras bibliotecas surgiram, havia um zzzzumm, zuzzzum, zzzzumm. Então, uma aranha, muito irritada com o vento causado pelo zumzumzum, que arrebentava os fios delicados de sua teia, fez:

“Shhhhhh”

E como o zunido continuasse, a aranha fez aquilo que fazia de melhor, que era o mesmo que a mãe dela fazia de melhor e que a avó dela fazia de melhor: ela teceu, grudando os lábios zunidores para que houvesse silêncio. 

E as bibliotecas tornaram-se casas silenciosas, onde pessoas silenciosas davam passos silenciosos, abriam livros silenciosos e liam silenciosamente.” 


O entrevistador João Camilo começa com esta provocação às bibliotecas, especialmente as que ficam às moscas, cheias de teias de aranha nas estantes e nas bocas dos visitantes porque só investiram em livros e não na formação do leitor.

Antes de o leitor curtir o silêncio de uma biblioteca e aproveitar os diálogos internos que um livro proporciona, é preciso que ele seja apresentado ao diálogo externo de um livro mediado por uma voz que dará clareza, fluência e emoção ao texto. Assim, o que era um intrincado amontoado de palavras para o leitor iniciante passa a ter sentido e despertar a vontade de descobrir mais.

Nesta entrevista o Instituto Aletria aprofunda este e outros temas provocativos

O uso da contação de histórias em bibliotecas traz mesmo o futuro leitor para o livro? Na sala de aula, quais os limites das histórias? O que elas podem ensinar e o que elas não podem? Incentivo a leitura é formar escritores também?

Ao contar histórias de origem literária, é melhor modificar ou manter-se o mais próximo do original? Como o texto escrito é inspirado pela contação de histórias (e vice-versa)? Qual é a história campeã?

Leia a entrevista neste link 
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Conto de fadas real: Príncipe William e Kate Middleton e as histórias de encantamento




Por que dois bilhões de pessoas assistiram ao casamento do príncipe William e Kate (ops, sorry), digo, Princesa Catherine? Será que o mundo atual carece de beleza, sonhos de príncipes realizados, valores cavaleirescos (e cavalheirescos), amor verdadeiro, realeza e histórias de encantamento?

Será que todos nós queremos assistir a um conto de fadas se tornando real? Será que todos queremos saber o que acontece de fato depois do “casaram-se e viveram felizes para sempre”. Em “O fantástico mistério da Feiurinha”, Pedro Bandeira pergunta:

Mas o que significa “viver feliz para sempre”?  Significa casar, ter filhos, engordar e reunir a família no domingo para comer macarronada? Quer dizer que a felicidade é não viver mais nenhuma aventura? Nada mais de anõezinhos, maçãs envenenadas e sapatinhos de cristal? Como é que alguém pode viver feliz sem aventuras?

Criança e Consumo: Incontáveis histórias com uma só moral

Personagem Tele Tubbie Roxo com bolsa

 Publicidade disfarçada de entretenimento forma identidade infantil
por Fabio Lisboa (www.contarhistorias.com.br)

As propagandas subliminares foram proibidas pois elas promoviam produtos no nível subconsciente, ou seja, quem as assistia, por exemplo, durante um filme no cinema, não tinha consciência que algo lhe estava sendo vendido[1]. Após a sessão, o espectador saia do cinema louco por consumir o tal produto subliminarmente anunciado. As pessoas saiam com sede, mas não queriam água, estavam “com sede” de determinado refrigerante, de determinada marca!

[1] Vide pesquisas analisadas pelo Dr. Prof. Flávio Calazans.

Ilustração de camiseta Gucci contém uma mensagem subliminar, teoricamente fácil de ser identificada, qual é?

História: Dois Lobos dentro de mim


Conto Cherokee recontado por Fabio Lisboa

Os anciões Cherokee estavam preocupados com um dos garotos da tribo que, por se sentir injustiçado, tornou-se agressivo. O avô do menino o traz para perto de si e diz:

- Eu entendo sua raiva. Há uma batalha terrível entre dois lobos que vivem dentro de mim. Esses dois lobos tentam dominar o espírito de todos nós.

Mãos procuram mãos

Meu sangue está nas suas mãos. Eu não mato vocês. Vocês me mataram. Vocês me mataram quando eu tinha 5 meses antes de nascer. Quando eu chorava sem lágrimas, vida indesejada. Quando eu tinha um ano e só sabia chorar. Quando eu tinha 5 anos aprendi a chorar bem alto. Quando eu tinha 15 anos aprendi a chorar quieto, enquanto por dentro, vivia em prantos.

Você me matou desde o dia em que, da única vez que falei e perguntei seu nome, você riu de mim. Vocês, meninas, me mataram quando riram de mim porque eu era quem eu era. Mas quem eu era? Não sei.

Eu achava que você riam de mim porque eu vim de onde eu vim... Mas de onde eu vim? Não sei... talvez de uma mãe que não me quis... Eu vim de um lugar que não me queria dentro do seu corpo. Nenhuma mulher me quis dentro do seu corpo, quando dentro do coração bastava.

Quando encontrei uma mãe que me queria eu não sabia como querer, eu não sabia como amar. Para os meus irmãos era tão fácil amar. Tão fácil me acharem estranho. Em qualquer lugar era fácil me acharem estranho, principalmente na escola.

Por que não inventaram uma escola de amar?

História: A princesa e a ervilha


Hans Christian Andersen
Tradução e adaptação: Fabio Lisboa
Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa. Mas o nobre rapaz não iria se contentar com pouco e queria uma princesa de verdade. Ah, mas como era difícil encontrar princesas de verdade naqueles tempos. Ele viajou pelos reinos mais distantes, à procura da princesa de seus sonhos, mas todas as que encontrou, tinham algum defeito. Não é que faltassem princesas não, muitas se achavam princesas, mas a dificuldade era saber se realmente eram quem diziam ser. O príncipe retornou ao seu castelo desiludido, pois gostaria muito de ter encontrado uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade no reino. Eram relâmpagos clareando o céu, raios estrondosos e um aguaceiro danado no castelo! Em meio aos trovões, bateram à porta e o rei em pessoa foi atender - os criados estavam ocupados enxugando os cômodos cujas janelas foram abertas pela tempestade.

Criança e Consumo: Que histórias estamos contando e que tipo de sociedade está sendo formada?


Editado por Fabio Lisboa (www.contarhistorias.com.br)

Como se forma, hoje, a identidade de uma sociedade? O que a formação da criança brasileira que assiste, em média, mais de 5h de TV por dia, tem a ver com o consumismo? Veja algumas perguntas e respostas elaboradas pelo Projeto Criança e Consumo essenciais ao aprofundamento e debate sobre o tema.