Um quesito importante ao se narrar uma história é a atenção.
Se estivermos atentos ao que contamos, não deixaremos
o fio da meada se perder.
Imagine que os passes do time branco são os passos da
trama de algo que você está contando, algo cheio de idas e vindas, atrativos,
antagonistas e reviravoltas. Então não se enrole no fio da meada.
Concentração! Foco! Siga as instruções do vídeo e conte!
Boa sorte!
(para maximizar a imagem em sua tela clique no quadrado abaixo e à direita da tela de vídeo)
(para sair do modo tela cheia tecle ESC)
(caso o vídeo não esteja aparecendo clique no link abaixo)
(leia o trecho abaixo somente depois de fazer o teste)
Aprofundamento
Há ao menos três jeitos de aproveitarmos este teste como
metáforas para a nossa prática como narradores (e seres humanos) e pensarmos
juntos:
1.
Depois de ver o vídeo, podemos concluir que, ao contar
histórias, é preciso atenção não somente “aos passes” (como estamos entregando
aos ouvintes os passos da trama) mas também “ao que acontece ao redor” (como os
ouvintes estão recebendo as nossas palavras). Será que estes estão participando
e engajados no “jogo narrativo” ou estão, como ursos dançantes, “à parte”?
2. No final, a campanha surpreende ao pedir ao
espectador para que “Fique atento aos ciclistas”. Neste caso, estar atento ao
que não vemos num primeiro momento pode ser uma questão de proteção (ou
desrespeito) à vida. Cabe refletirmos o que mais não vemos ou fingimos que não
vemos ou deixamos pra trás no nosso “ponto cego” e que, tanto em nossas narrativas
quanto na convivência diária no mundo contemporâneo, seria importante olharmos
com cuidado e darmos mais atenção.
3.
Entender o poder de conduzir à atenção e surpreender com
o uso bem elaborado do foco narrativo.
O narrador dá ênfase a uma parte da história e encobre outra para que esta, quando
aparecer, surpreenda o espectador. Podemos constatar que uma narrativa bem
construída dá pistas aos ouvintes e coloca elementos que podem desvendar a
trama desde o começo (ou, ao menos, antes do fim).
A magia acontece quando descobrimos que todas (ou
quase todas) as peças do quebra-cabeças estavam lá, só não conseguíamos ver o
todo (big picture).
Continuidade
Estar atento ao fio da meada e ao que acontece ao
redor do espaço da narrativa, estar disposto a ver (e fazer ver) o invisível e estar
preparado para ser convincente, entender e surpreender o ouvinte fazem parte da
busca de vida de um contador de histórias.
É fascinante sentir o poder das técnicas citadas ao ser
arrebatado incontáveis vezes em narrativas que parecem não cansar nunca de ser
revisitadas, ao ler contos de fadas, contos populares, maravilhosos; ou ler livros
de Agatha Christie, Stephen King, Marcos Rey, Pedro Bandeira; ao ver filmes como
E.T., StarWars, Crash – No limite; ouvir
canções de Chico Buarque, Caetano, Gil, Beatles, Coldplay; ou ouvir experientes
contadores como Dan Yashinsky, David Novak, Regina Machado, Gislayne Matos e Antonio
Rocha, só para citar alguns.
Trechos destas obras e da fala destes narradores nos permitirão
penetrar com mais profundidade no entendimento do que nos capta a atenção, nos admira,
nos faz ver além e nos conduz nas viagens pelo mundo das narrativas... mas esta
já é uma outra jornada.
(por favor, comente caso deseje que algum dos temas
deste post seja aprofundado)
Referências
Teste a sua atenção - Legendado
Vídeo Original
(Campanha para o “Transport of London”: Fique Atento
aos ciclistas)
Posts
Relacionados
0 comentários:
Postar um comentário