Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Teste a sua atenção (ao contar histórias)


 Por Fabio Lisboa
Um quesito importante ao se narrar uma história é a atenção.

Se estivermos atentos ao que contamos, não deixaremos o fio da meada se perder.

Imagine que os passes do time branco são os passos da trama de algo que você está contando, algo cheio de idas e vindas, atrativos, antagonistas e reviravoltas. Então não se enrole no fio da meada.

Concentração! Foco! Siga as instruções do vídeo e conte!
Boa sorte!

(para maximizar a imagem em sua tela clique no quadrado abaixo e à direita da tela de vídeo)
(para sair do modo tela cheia tecle ESC)

(caso o vídeo não esteja aparecendo clique no link abaixo)
(leia o trecho abaixo somente depois de fazer o teste)


Aprofundamento

Há ao menos três jeitos de aproveitarmos este teste como metáforas para a nossa prática como narradores (e seres humanos) e pensarmos juntos:

1.
Depois de ver o vídeo, podemos concluir que, ao contar histórias, é preciso atenção não somente “aos passes” (como estamos entregando aos ouvintes os passos da trama) mas também “ao que acontece ao redor” (como os ouvintes estão recebendo as nossas palavras). Será que estes estão participando e engajados no “jogo narrativo” ou estão, como ursos dançantes, “à parte”?

2. No final, a campanha surpreende ao pedir ao espectador para que “Fique atento aos ciclistas”. Neste caso, estar atento ao que não vemos num primeiro momento pode ser uma questão de proteção (ou desrespeito) à vida. Cabe refletirmos o que mais não vemos ou fingimos que não vemos ou deixamos pra trás no nosso “ponto cego” e que, tanto em nossas narrativas quanto na convivência diária no mundo contemporâneo, seria importante olharmos com cuidado e darmos mais atenção.

3.
Entender o poder de conduzir à atenção e surpreender com o uso bem elaborado do foco narrativo. O narrador dá ênfase a uma parte da história e encobre outra para que esta, quando aparecer, surpreenda o espectador. Podemos constatar que uma narrativa bem construída dá pistas aos ouvintes e coloca elementos que podem desvendar a trama desde o começo (ou, ao menos, antes do fim).

A magia acontece quando descobrimos que todas (ou quase todas) as peças do quebra-cabeças estavam lá, só não conseguíamos ver o todo (big picture).


Continuidade

Estar atento ao fio da meada e ao que acontece ao redor do espaço da narrativa, estar disposto a ver (e fazer ver) o invisível e estar preparado para ser convincente, entender e surpreender o ouvinte fazem parte da busca de vida de um contador de histórias.

É fascinante sentir o poder das técnicas citadas ao ser arrebatado incontáveis vezes em narrativas que parecem não cansar nunca de ser revisitadas, ao ler contos de fadas, contos populares, maravilhosos; ou ler livros de Agatha Christie, Stephen King, Marcos Rey, Pedro Bandeira; ao ver filmes como E.T.,  StarWars, Crash – No limite; ouvir canções de Chico Buarque, Caetano, Gil, Beatles, Coldplay; ou ouvir experientes contadores como Dan Yashinsky, David Novak, Regina Machado, Gislayne Matos e Antonio Rocha, só para citar alguns.

Trechos destas obras e da fala destes narradores nos permitirão penetrar com mais profundidade no entendimento do que nos capta a atenção, nos admira, nos faz ver além e nos conduz nas viagens pelo mundo das narrativas... mas esta já é uma outra jornada.

(por favor, comente caso deseje que algum dos temas deste post seja aprofundado)


Referências
Teste a sua atenção - Legendado

Vídeo Original
(Campanha para o “Transport of London”: Fique Atento aos ciclistas)

Posts Relacionados

Neurociência e contar historias: O poder da comunicação 1 (parte 1 de 2)

Neurociência e contar historias: O poder da comunicação 2 (parte 2 de 2)


0 comentários:

Postar um comentário