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História: O Filósofo e o Elefante Acorrentado

recontada por Fabio Lisboa http://www.contarhistorias.com.br/

Essa história se passa no tempo em que os animais eram comercializados pelo seu irmão, o homem. No tempo em que os seres (não humanos) eram também presos em jaulas e viravam atrações de circo.


Essa história se passa com aquele filósofo que (como o filósofo da história que conterei em seguida) gostava de se perguntar (e fazer as pessoas pensarem) sobre os porquês da vida.

Ao assistir o espetáculo no circo, o filósofo não parou de pensar no destino dos artistas (bichos humanos e bichos não humanos). Com “destino” o filósofo queria dizer: de onde vem, pra onde vão, por que estão aqui?

O que mais o intrigou foi o destino do elefante, que levantou o domador com a tromba e empurrou um caminhão. Terminado o show, o filósofo quis saber que tipo de jaula conseguiria deter tamanho poder.

Quando encontrou o domador, ficou surpreso ao ver o elefante preso a uma corrente, que por sua vez ficava amarrada numa estaca presa ao chão.

É claro que seria muito fácil para o elefante se livrar daquela situação arrebentando a corrente ou arrancando a estaca do chão. Mas por que ele ficava lá?

Pensou se seria pela amizade com o bicho-homem que doma a dor do bicho-elefante. Pensou se seria pela comida garantida. Por algum familiar elefante. Pela casa-jaula garantida. Por viajar e conhecer muitos lugares novos. Ou por não lembrar mais o caminho de volta à África. Ou seria por não acreditar que a sua força poderia libertá-lo...

Decidiu perguntar ao especialista, o domador de elefantes:

- Como essa corrente e essa estaca pequena conseguem prender este elefante tão poderoso?

- Isto é um truque. Que só funciona quando o domador faz desde que o elefante é filhote.

- E qual o truque?

- É prender o pé do filhote com essa mesma corrente e com essa mesma estaca. Daí que o elefante filhote tenta que tenta se livrar mas não consegue. Chega uma hora, ele desiste e acha que dessa corrente e dessa estaca ele nunca mais vai conseguir escapar.



O filósofo pensou nas correntes ainda amarradas em seu pé desde a sua infância e nas que ele amarrou em filhotes humanos (ou não). O filósofo saiu de lá pensando que talvez um dia o homem liberte os animais dos circos, dos zoológicos, dos aquários, das jaulas, dos abatedouros, das redes, das correntes, e talvez, um dia, liberte também o seu próprio pé...



História recebida nas aprisionantes (embora ora libertadoras) correntes de e-mails de autoria “anônima”. Se alguém conhecer o “anônimo”, avise!

História selecionada para o Projeto ABC; Aprender, Brincar, Cuidar - Eixo 2: Entender e responder para a criança.

Recontada por Fabio Lisboa http://www.contarhistorias.com.br/

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