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Ângela-Lago: legado


Por Fabio Lisboa

O céu está em festa. Lá, Ângela-Lago. Aqui na terra, nós e a literatura infantil ficamos sem uma grande aliada, ilustradora e autora. Suas histórias e ensinamentos ficam.

Celso Sisto, colega e amigo autor na defesa da literatura infantil e juvenil, demostra em sua mensagem de despedida nas redes sociais o seu “mais profundo respeito e admiração à obra e à pessoa... foi sempre delicada, amorosa, de uma generosidade ímpar... Vai ficar um enorme vazio...[...] “agora conversaremos no silêncio da casa, no ritmo das nuvens, na melodia oculta da água na janela... na poesia que ainda ficará por fazer da vida à incrível jornada...”

O refinamento, complexidade e graça da obra de Ângela-Lago aparece em livros como Psiquê, editado pela saudosa Cosac Naify, aliás, aproveite enquanto ainda há exemplares em sebos como Estante Virtual. A ludicidade, presente no decorrer de sua carreira, denota-se desde Tampinha, Muito Capeta, à ilustrações para livros recém-lançados como Nas Asas do Haicai, de Sônia Barros, editora Aletria.

Ângela-Lago foi também uma grande incentivadora de leitura e fala sobre isso, ao projeto Itaú Criança, inclusive contando de sua experiência pessoal ouvindo a mãe contar contos de fadas:

E falando em oralidade, no blog Contar Histórias há um curtíssimo conto da tradição oral também recontado pela autora em seu divertido "Sete histórias para sacudir o esqueleto", que Ângela-Lago chama de "Encurtando o caminho" e Fabio Lisboa chama de "Sozinho no Cemitério":

Já o conto completo de Ângela-Lago “A$$OMBRAÇÕES DA CIDADE”, para os corajosos, está aqui:

Seu pai nasceu em Bom Despacho. Ângela Maria Cardoso Lago nasceu em Belo Horizonte em 1945, faleceu em 2017 aos 72 anos e foi uma das autoras mais importantes da literatura infantil no Brasil. Seus trabalhos são essencialmente voltados para crianças e jovens.  Ângela recebeu diversos prêmios por seus livros escritos e ilustrados. São dela, por exemplo, livros como  “O bicho folharal” (Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005), “João felizardo, o rei dos negócios” (Cosac-Naif, São Paulo, 2006) e “Um livro de horas”, (Editora Scipione, São Paulo, 2008). Entre suas obras destaca-se Cena de Rua, premiado na França e na Bienal de Bratislava. Cena de Rua foi publicado no México, na França, nos Estados Unidos e no Brasil. Prêmio Jabuti, Categoria Melhor Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil, 2008, Câmara Brasileira do Livro, pelo livro João Felizardo, o rei dos Negócios. Prêmio de melhor ilustração na produção de 2008 pela FNLIJ com Um livro de horas.

Fontes:

Foto e Entrevista:

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