Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Nasrudin e a Peste



Recontado por Fabio Lisboa

Há muito tempo, a Peste estava a caminho da cidade quando esbarrou no mulá Nasrudin:

  - Aonde você está indo tão rápido? - perguntou o mulá.
  - Para a cidade.
  - O que vai acontecer lá?
  - Eu vou tirar mil vidas.
  Retornando da cidade, a Peste encontrou novamente Nasrudin. Ele estava bravo com ela:
  - Você é uma peste mesmo, me disse que iria até a cidade e levaria mil, mas foi até lá e tirou dez mil vidas.
  - Não, disse a Peste. Eu levei mil. Todo o resto foi levado pelo Medo.

  Recontado por Fabio Lisboa

Em tempo: não ter medo é diferente de não ter precaução. Aliás, sobre isso, também há muitas histórias da sabedoria sufi (inclusive esta aqui, postada no blog (http://www.contarhistorias.com.br/2014/06/historia-nasrudin-e-as-contas-do-califa.html). Neste momento, 16/03/20, temos a chance de não deixar o COVID19 (Corona Virus) se espalhar de modo exponencial no Brasil, Canadá (de onde escrevo este reconto e esta mensagem de apelo) e outros países.

A fim de prevalecer contagioso, devemos espontaneamente ficar longe um do outro por um tempo. Neste isolamento social voluntário as histórias são um bom refúgio para nos fazer companhia.
Estar bem informado, se lembrar e lembrar as pessoas de certas ações que podemos fazer pode realmente salvar vidas: Lave as mãos e o rosto sempre. Por hora, não toque as mãos, abrace ou beije ao cumprimentar alguém. Lave sempre as mãos e o rosto, assoando o nariz. Se água e sabão não estão disponíveis, ao menos desinfete as mãos. Sempre que possível, evite aglomerações, reuniões sociais em geral, e mesmo visitas a pessoas mais velhas. Elas são as mais vulneráveis. Mas não deixe de ligar e usar outras ferramentas do mundo conectado para tal. 

Pense que em cada ato responsável e precavido está salvando vidas. Valorize e apoie iniciativas (neste momento, online) de artistas e outros profissionais que, como canta Milton Nascimento, “têm que ir aonde o povo está”.

E quando a peste passar, que voltemos a frequentar as sessões de contos contados em voz alta que reúnem pessoas fazendo-as pulsar em torno do coração da Palavra que Cura.

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