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O Pequeno Príncipe: Essencial


O olhar de um contador de histórias para a adaptação do livro de Exupéry pelo Grupo Sensus
Por Fabio Lisboa
O Pequeno Príncipe, além de obra Essencial, agora, é também Sensorial...
Venho lendo a história do Pequeno Príncipe desde os 12 anos de idade. E, em diferentes períodos da vida relendo-o à luz de diferentes interpretações, reconhecendo em mim traços de cada um dos diferentes personagens, do aviador, dos habitantes dos planetas e, claro, do menino viajante do planeta B614.
Acho fascinante saber que o Principezinho busca ajudar a sua rosa, que ele considera ser a única no universo. Ele faz uma jornada interplanetária por causa dela. Na Terra, se decepciona, ao descobrir centenas iguais a ela. No entanto, com a ajuda da amiga Raposa, descobre que, pelo fato do menino cultivar e cuidar da planta, de tê-la acompanhado crescer e desabrochar, aquela rosa se torna, para ele, única. Assim, um cativa o outro.
E com a sua história, que obviamente vai muito além do recorte acima, Antoine de Saint-Exupéry também cativou, para sempre, os leitores daqui, dali, de agora e de todos os tempos.

E nós, como diria a raposa, nos tornamos eternamente responsáveis pelo que cativamos.
Sei que, mesmo estando a anos-luz de distância do autor francês, aqui no blog também tenho alguns leitores cativos. Nunca escrevi recomendação de peça teatral pois achei que fugiria um pouco do escopo “Contar Histórias”. Todavia, a experiência pessoal com o livro e agora com a forma do “reconto” que presenciei no domingo, 9/12/18, no Sesc Ipiranga, me deixou inquieto em compartilhar com mais pessoas este achado.
O Grupo Sensus já cativou milhares de pessoas com o seu jeito tão único de nos fazer “experenciar” os seus textos. Já havia me cativado num tanto que uma vez comemorei o meu aniversário convidando amigos a viverem comigo o Sensus Horizontal (risos). Fiquei encantado ao saber d’O Pequeno Príncipe pelo Sensus, com a concepção e direção da fundadora Thereza Piffer e também em saber que a minha talentosa amiga Luciana Pecí fazia parte do elenco.
Ao colocar a venda nos olhos e adentrar a sala do espetáculo, fiquei instantaneamente encantado com a imersão na obra que o grupo proporciona aos privilegiados dez integrantes por sessão. Nem preciso dizer que me emocionei muito. Não é qualquer obra nem tampouco intérprete que impacta, do princípio ao fim, com efeito catártico, o leitor, ouvinte ou espectador, ou, no caso do Sensus, eu diria, “vivente”.
Porque na filosofia do Sensus me parece que “viver o texto é preciso”. E trataram com muita vivacidade e responsabilidade o texto do Exupéry. Extraindo dele essência baseada em sensibilidade, transformação e fé nas crianças e na possibilidade dos adultos de se encontrarem com a sua criança interior.
É essencial ler a obra. Que por sinal faz parte do domínio público mundial, permitindo ao leitor ter acesso a ela gratuitamente, inclusive pela net.
Agora para os que tiverem chance de assistir ao Grupo Sensus, ou recomendá-los para que levem este “Pequeno Príncipe Sensorial” para a sua cidade, Sescs, centros culturais, escolas, bibliotecas, salas de leitura, centros comunitários e onde mais puderem estar perto de onde quer que quem leu até aqui esteja. E olha que não vão se arrepender desta proximidade que o grupo proporciona com a obra atemporal e monumental de Exupéry e com cada um dos “viventes”.
Que a releitura vivencial do Sensus também perdure e conquiste o público, leitor ou não.
E pra quem não pode ainda assisti-los, tenho certeza de que, com a leitura (ou releitura) do livro será capaz de imaginar maravilhas. Afinal, como nos lembra a raposa: “O essencial é invisível aos olhos”.
“O pequeno príncipe se foi para ver as rosas novamente:
“Vocês não são nem um pouco parecidas com a minha rosa”, ele disse a elas. “No momento vocês ainda são como nada. Ninguém as cativou, e vocês ainda não cativaram ninguém. Vocês são como a minha raposa quando a vi pela primeira vez. Ela era somente uma raposa como cem mil outras raposas. Mas hoje nós somos amigos, e ela é para mim uma raposa única em todo o mundo.”
E as rosas ficaram muito desapontadas…
“Vocês são belas, mas são vazias”, ele prosseguiu. “Ninguém iria morrer por vocês. De fato, um transeunte qualquer poderia pensar que a minha rosa se parece muito com vocês… Mas ela, apenas ela, é mais importante do que todas vocês, pois foi somente ela a rosa que eu reguei; foi somente ela a rosa que eu coloquei sob a redoma de vidro; foi somente ela que eu protegi; foi somente por ela que eu matei as larvas (exceto as duas ou três que salvei para que se tornassem borboletas). E foi somente ela que eu tive paciência de escutar, enquanto se queixava ou se gabava, ou mesmo quando não dizia absolutamente nada. Pois ela é a minha rosa.”
E assim, ele retornou e se dirigiu à raposa:
“Adeus”, ele disse.
“Adeus”, disse a raposa. “E agora, como prometido, aqui vai o meu segredo. De fato, é um segredo bem simples: é somente com o coração que podemos ver corretamente; o essencial é invisível aos olhos.”
“O essencial é invisível aos olhos”, repetiu o pequeno príncipe, para que tivesse certeza de que iria se lembrar.
Por Fabio Lisboa
 

Fotos
Fotos com Fabio Lisboa se deleitando através da narrativa dos atores Ivan Alves e Luciana Pecí
Fotos e direção do espetáculo: Theresa Piffer

Imagem Inicial
Ilustração do autor: Antoine de Saint-Exupéry

Em cartaz
Verifique se a peça está em cartaz e onde. Em agosto e setembro de 2019 a peça estará de volta em cartaz, em São Paulo, em local a ser definido, aos sábados, fiquem atentos.

Fortalecer a arte e a inclusão
O Grupo Sensus foi convidado a participar de um festival na Cidade do México em novembro. Ainda lhes falta passagens. Ajude o "Pequeno Príncipe Sensorial" participar do terceiro "festival de teatro sensorial por la inclusión"!?

Eles estão com uma campanha no kickante e o Link para colaboração é:
 

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