Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Brincar e contar histórias na educação infantil

por Fabio Lisboa

Contar histórias não pode ser a parte chata do dia. Se a reação das crianças é algo como “ah, acabou a brincadeira, droga, temos que ouvir histórias agora...”, algo vai mal. Especialmente para as crianças de 2 a 6 anos, é importante praticar a rotina e as histórias têm que se encaixar como uma parte divertida do dia. É o momento de relaxar o corpo e ligar a imaginação.



O interesse pode ser despertado logo no início do dia, mostrando-se a capa do livro, ou uma “caixa” (ou qualquer tipo de ‘contêiner’ que contenha uma ‘surpresa’) com algo que, de alguma forma, fará parte da história, um fantoche, objeto(s) inusitado(s) ou mesmo algo comum - que obviamente se transformará em algo especial no universo da história. Mesmo com a ênfase de nosso tempo dada ao visual, cabe aos adultos apresentarem às crianças novas possibilidades, assim, outros sentidos da criança poderão também aguçar a sua curiosidade (especialmente se fecharmos ou limitarmos a sua percepção visual com uma venda e/ou apagando a luz): os efeitos de sons, aromas, texturas ou na medida do possível, gostos, serão amplificados.

Cabe ao educador (e aqui chamo de educador também os recreacionistas, brincantes populares, contadores de histórias, ludoeducadores, etc.) sentir o momento da história chegando e preparar o grupo para isso. Não adianta começar a história enquanto as mentes estiverem dispersas e os corpos ligados ‘a mil’. O educador pode harmonizar o grupo (a voz, os ouvidos, a atenção) com diversas técnicas, por exemplo, cantando uma música, coordenando também as ações (os corpos) numa roda cantada, que gradativamente deve acalmar os ‘ânimos’... levando as ‘almas’ a ficarem mais calmas – e mais leves.

Assim, a história entra naturalmente num dia cheio de brincadeiras, sendo ela uma forma de, não apenas ‘imaginar o real’, mas de ‘brincar com a imaginação’. E que as crianças (esperamos que) leves, voem com você!

Texto criado para o Boletim “Quem quer brincar?” do programa de extensão universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul:
http://www.ufrgs.br/faced/extensao/brincar/boletim74.pdf


Fabio Lisboa
fabio.lisboa (arroba) imagineprojetos.com
55 - 11 - 9393 4503

O autor, contador de histórias, ludoeducador formado pela IPA – Associação Brasileira pelo Direito de Brincar, Professor de Inglês especializado em ensino para crianças e jovens, Storyteller, realiza palestras e oficinas em escolas, bibliotecas, ONGs, para educadores, professores de inglês, recreacionistas e contadores de história.

3 comentários:

disse...

É isso! Tá ótimo.

Luciana Zimmermann disse...

Eu tenho grande interesse em contação de histórias.
Gostaria de aprender esta arte para posteriormente praticar.
Fiz magistério - CEFAM,sou formada em Letras e atualmente faço Direito.

Agradeço desde já por escrever neste espaço e fico no aguardo do seu contato para colaborar comigo com uma orientação.

Cordialmente,

Luciana Zimmermann.
lucianazimmer@gmail.com

Chris Sevla disse...

Fofo!
Você precisa atualizar esse negocinho aqui.
E nossa não-conversa deu um micro-conto. Passa lá no blog pra ver.
Beijos,
Chris

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