Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Boca do Céu 2010 – Inscrições abertas (gratuitas) para o Encontro Internacional de Contadores de Histórias

O foco da edição 2010 do Boca do Céu será a importância das narrativas como experiência humana.

Regina Machado, idealizadora e curadora do evento, fala dos objetivos do Encontro e de sua estrutura pedagógica “triangular”: “A função principal desse Encontro é propiciar diferentes situações de contato com a arte da narração que possam inspirar ações educativas, culturais, sociais e estéticas que ressaltem a importância das narrativas no mundo de hoje”


“A estrutura do Boca do Céu é inspirada na Proposta Triangular para o ensino e aprendizagem da arte criada por Ana Mae Barbosa, cujos eixos são a produção, a reflexão e a apreciação da arte.”



Assim o evento se divide nos eixos:
Produção: Oficinas;
Reflexão: Debates sobre a arte narrativa, relatos e troca de experiências;
Apreciação: Apresentações de contadores brasileiros e estrangeiros para o público adulto e infantil.

No Encontro deste ano os debates e reflexões vão se estender a diversas áreas do conhecimento como psicanálise, antropologia, filosofia, música e cinema, entre outras. Dan Yashinsky, Jamie Oliviero e Robert Seven-Crows (Canadá), Marcela Romero (México), Hassane Kouyaté (Burkina Faso /França) estão entre as atrações internacionais. E os brasileiros Estevão Marques (SP), Lydia Hortélio (BA), Tapetes Contadores de histórias (RJ), Rosana Mont´ Alverne (BH), Sergio Bello (SC), entre muitos outros.

Serviço:
Boca do Céu: Encontro Internacional de Contadores de Histórias
Acesse edições anteriores, vídeos e a programação completa 2010: http://www.bocadoceu.com.br/

Inscrições gratuitas:
de 16 a 30 de abril (oficinas para as quais será preciso escrever uma carta de interesse em 15 linhas)
de 16 a 08 de maio (demais oficinas)

Data: 10/05 a 16/05
Inscrições: pessoalmente na Oficina Cultural Oswald de Andrade ou pelo site http://www.bocadoceu.com.br/
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro – São Paulo -SP - tel: (11) 3221 -2662
Mais informações: 5505 9314 r. 107 com Fernanda ou pelo site http://www.bocadoceu.com.br/

FNLIJ Catálogo de Bolonha 2010 - IBBY

Conheça O mistério amarelo da noite, autores e obras selecionadas pela FNLIJ
para o Catálogo de Bolonha 2010 - IBBY - 47ª Bologna Children's Book Fair

Os indicados (e que ficaram entre os finalistas - top 5) ao Prêmio Hans Christian Andersen (o Oscar da Literatura infantil e Juvenil, já recebido pelas autoras brasileiras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado) deste ano foram: Roger Mello (Carvoeirinhos, Meninos do Mangue e A Flor do lado de lá) e Bartolomeu Campos Queirós (Até passarinho passa, O Olho de vidro de meu avô, Tempo de vôo).

Os homenageados deste ano foram 5 dos precursores de uma literatura infantil e juvenil genuína, transformadora, inteligente e sensível: Ana Maria Machado, João Carlos Marinho, Joel Rufino dos Santos, Ruth Rocha e Ziraldo.



Marcelo Marmelo Martelo, O Menino Maluquinho, Menina Nina, Na Rota dos Tubarões – O Tráfico Negreiro e outras viagens, Bisa Bia Bisa Bel e História Meio ao Contrário são alguns dos clássicos destes autores que a cada ano conquistam novos leitores...

Bem, quem está começando a estudar sobre (ou tentando se lembrar de quando lia) literatura infantil não tem obrigação de conhecer todas estas obras mas será uma delícia iniciar a jornada por qualquer uma delas... Mas quem é da geração anos 80 que como eu (que batia figurinhas para completar um álbum) tem obrigação de se lembrar do best-seller de João Carlos Marinho: O Gênio do Crime. Desde o lançamento em 1969, a aventura dos colecionadores de figurinha que se tornam detetives para desvendar falsificadores, já conquistou quatro gerações de leitores! Um excelente começo pra quem quer relembrar ou se embrenhar no mundo infanto-juvenil!

No restante do catálogo é possível conhecer as novas produções de autores (mestres na construção de cada ideia-texto) como Marina Colasanti, Heloísa Prieto, Ricardo Azevedo, Ilan Brenman, Flávio de Souza, Celso Sisto, Roseana Murray e Cláudio Martins, entre outros, ilustradores (mestres na construção de cada ideia-imagem) como Roger Mello, Nelson Cruz, Rogério Coelho, Alexandre Rampazo, André Neves, Michele Iacocca, Fernando Vilela, Yaguarê Yamã, e autores estreantes que também tiveram vez como César Obeid, Flávia Reis e Fabio Lisboa :O)

O arquivo está em língua inglesa:

http://www.fnlij.org.br/imagens/primeira%20pagina/2010/Bolonha2010.pdf

Sobre O mistério amarelo da noite
O menino está voltando sozinho para casa e, de repente, fica tudo escuro. Seus pés chutam uma garrafa, um cachorro se assusta e começa a correria, uma perseguição maluca que o leva o até o Beco Escuro.

Escuridão, ruídos estranhos, sombras, uma casa assustadora e... o mistério amarelo da noite. Inspirado em sua prática de contador de histórias, Fabio Lisboa coloca agora em livro esses elementos fascinantes que instigam o leitor a lidar com seus sonhos e usar a imaginação.

E, no final, o leitor é convidado a se juntar ao autor e desvendar à sua maneira o mistério amarelo daquela noite. Como assim? Ah, só lendo o livro para saber!

Assista ao trailer do livro em: http://www.fabiolisboa.com.br/


Sobre a FNLIJ
A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil FNLIJ - é a seção brasileira do International Board on Books for Young People - IBBY, órgão consultivo da UNESCO, uma instituição de direito privado, de utilidade pública federal e estadual, de caráter técnico-educacional e cultural, sem fins lucrativos, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, cujo principal objetivo é promover a leitura e o livro de qualidade para crianças e jovens. A FNLIJ é pioneira em projetos de estímulo à leitura, ao beneficiar crianças e jovens que não têm acesso permanente a um acervo variado de obras literárias.
http://www.fnlij.org.br/

Brazilian selection of IBBY - 47ª Bologna Children's Book Fair: The yellow mystery of the night and other books

Get to know O Mistério Amarelo da Noite (The yellow mystery of the night) and other books from the Brazilian selection for IBBY - 47th Bologna Children's Book Fair:

http://www.fnlij.org.br/imagens/primeira%20pagina/2010/Bolonha2010.pdf



O mistério amarelo da noite
Fabio Lisboa. Illustrations by Rogério Coelho.
WMF Martins Fontes. 56p. ISBN 9788578272081

The best way to face fear is to play with it and demystify it. This book tells the story of a boy who is going back alone to his home and, all of a sudden, everything gets dark. When he kicks a bottle, a dog gets scared and starts to run, a crazy persecution that leads him to the Dark Alley. Darkness, strange noises, shades, an empty house and… there it is the yellow mystery of the night. In the end of the story the reader is invited to join the author in order to find out the yellow mystery of that night his own way.

Watch the trailer at http://www.fabiolisboa.com.br/

Literatura Infantil e Juvenil: Teoria, estética, interatividade, contemporaneidade

Lançamento 
Na tessitura dos signos contemporâneos:
Novos olhares para a Literatura Infantil e Juvenil



Resenha escrita por Fabio Lisboa



Conceitos teóricos tecidos com profundidade, sensibilidade estética, olhos abertos para o novo e um novo olhar para o tradicional é o que podemos esperar do livro de Maria Zilda da Cunha. A autora, coordenadora do Departamento de Literatura Infantil e Juvenil da Faculdade de Letras da USP (Universidade de São Paulo), analisa a fundo relevantes produções recentes de literatura dirigida a crianças e jovens, seus signos, sua forma interativa, seus novos jeitos de contar histórias.

Maria Zilda tece ainda a relação intertextual desta literatura com a cultura, a história e a evolução social do nosso tempo, época em que lidamos cada vez mais com signos do que com coisas. O editor ressalta que “O diálogo intertextual se faz presente em todo trabalho e amplia-se na análise da tessitura dos signos em vozes e olhares da África com Octaviano Correia em seu livro O país das mil cores e em treze obras de Ângela Lago (http://www.angela-lago.com.br/) em suas artes e experimentações literárias, no livro e na hipermídia.”

Assim, os novos signos literários são analisados em sua interligação com um todo atual, formando uma tessitura contemporânea. Para o Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho, também especialista da USP em literatura infantil e juvenil “(...) ao iniciar a leitura desta obra, o leitor aceita do convite de sua autora novas maneiras de olhar, novas concepções do ver, do sentir e de ouvir. Ter a oportunidade de ler esta obra tão necessária e envolvente de Maria Zilda da Cunha é poder ganhar possibilidades outras de entender a literatura infantil e juvenil como um universo ímpar para o entendimento da nossa própria sociedade, sua maneira de pensar, sua ética e, acima de tudo, sua estética.”

Esta parece ser uma obra de interesse para professores, estudantes e autores que queiram se aprofundar na estética, na ética e na percepção de um novo olhar para a tessitura de literatura infantil contemporânea de qualidade.

Fabio Lisboa
http://www.fabiolisboa.com.br/

Lançamento: Na tessitura dos signos contemporâneos: Novos olhares para a Literatura Infantil e Juvenil
De: Maria Zilda da Cunha
Editora: Paulinas
Dia: 14 de abril (quarta-feira) Hora: 19:30h
Local: Livraria da Vila (unidade Vila Madalena) Rua Fradique Coutinho, 915 - Telefone: (11) 3816-2121 e 3814-5811
Palavras e Ações
Há mais de dois mil anos atuais e revolucionárias

por Fabio Lisboa - http://www.fabiolisboa.com.br/

Primeiro: histórias e ensinamentos, palavras e ações, uma revolução pacífica na sociedade; no fim: decepção e morte numa sociedade injusta; depois do fim: Páscoa, ressurreição, esperança numa sociedade em formação; hoje: palavras e ações são repensadas, histórias e ensinamentos revivem e uma nova visão de sociedade pode nascer.



Jesus, como Buda e Sócrates, não escreveu uma linha sobre religião, filosofia, revolução ou teorias comportamentais. Seus ensinamentos eram passados através de palavras – diárias, cotidianas, metáforas simples e profundas, textos bíblicos recontados, orações, parábolas, enfim, histórias contadas e compartilhadas oralmente – e ações – curas, ajuda aos necessitados, ações contestadoras a leis injustas (usando a não-violência) e atos de respeito e amor ao próximo (mesmo que este próximo tivesse outra crença, fosse considerado pecador, doente, impuro, criminoso ou inimigo).

O seu olhar sem preconceito desafiava de forma não-violenta os detentores de poder político e religioso. Enquanto estes acreditavam que podiam julgar que tipo de pessoas tinham valor e que tipo não, o Mestre dizia: “Não julgueis para não ser julgado”.

Quando o chamaram a “cumprir a lei” e apedrejar a mulher que havia cometido adultério sua ação foi uma não-ação (a escolha consciente de não fazer algo em que não acreditava ser certo só porque era uma ação praticada e aceita socialmente). Mas Ele não só não compactuou com os “líderes” (de forma não violenta, ou seja, simplesmente não arremessando pedras e não brigando com quem arremessasse) bem como conclamou que apenas quem não tivesse pecado que atirasse a primeira pedra.

O poder de sua não-ação (ou ação pacificadora, não-violenta) associado ao poder de suas palavras salvaram a mulher e fizeram seus agressores (cumpridores do ato desumano aceito pelos humanos de então) se retirarem e refletirem sobre seus próprios atos.

Acima da determinação das palavras escritas na lei ou das palavras e imagens irresistíveis das propagandas, acima das palavras presentes na fala de atores de Hollywood, de novelas e comercias, acima das palavras determinadas por jornalistas, professores, religiosos, contadores de histórias, blogueiros e outros profissionais da palavra (ganhando dinheiro ou não para usá-la), a sociedade é determinada, acima de tudo, em cada ação e em cada palavra de cada cidadão.

Então cada cidadão deveria escolher bem suas ações diárias (do consumo consciente às escolhas por ações pacíficas, sócio-ambientalmente justas e não-violentas) e palavras (as que valem a pena serem ouvidas, ditas e recontadas). Os profissionais da palavra podem escolher bem o que vão contar, buscando narrar a aventura humana em sintonia com suas ações e aventuras pessoais, tornando, assim, suas palavras verdadeiras e poderosas.

O indivíduo que se identifica com um modo sincero de falar e agir torna-se também um replicador deste modo de ser e, querendo, em pouco tempo acaba sendo também: um revolucionário armado de palavras e ações não-violentas. Estes serão formadores de uma nova visão para a sociedade. Ajudarão muito na transformação da sociedade do consumo em sociedade pacífica. Se chegou até aqui, provavelmente já é um destes formadores, então, em breve a gente se encontra nas formações desta sociedade, neste movimento invisível mas crescente e poderoso: uma revolução pacífica de palavras e ações.

Fabio Lisboa

Letramento e Meio Ambiente: A Palavra-Semente


Buscando conectar histórias pessoais e da tradição oral
à consciência ambiental

por Fabio Lisboa


As palavras adquirem consciência quando me pergunto:

“Quem sou eu? Por que estou aqui? Para onde vamos?”

As letras se juntam e se arranjam de um certo jeito que formam uma palavra: o meu nome. “Quem sou eu?” Eu sei quem sou e a resposta vem automática na forma desta palavra que é o meu nome. Mas também sei que sou muito mais do que este nome. Tenho uma identidade (que não é só um “número de RG”), uma identidade que diz respeito ao meu corpo, ao meu modo de falar, de me vestir, de me conectar às pessoas e à natureza, de sentir o mundo, meus valores, minha vida de estudos, trabalho, espiritualidade etc.

As palavras se juntam e se arranjam de um certo jeito para formar uma ideia, minha posição no mundo: “Por que estou aqui?”. Novamente uma palavra (aqui) refere-se a algo muito mais amplo do que uma localização física e os “porquês” são do tamanho dos objetivos e sonhos de cada um.

Por aparentemente menor que seja, um “por que estou aqui”, um sonho, uma ideia encerram em si uma tessitura, que se revela quando o sonho sai do mundo dos sonhos e vira ideal, idealização e, algum tempo depois, realização. Quando realizamos algo e olhamos para trás é possível perceber como cada ideia, cada palavra, cada ação ajudou a tecer nossos sonhos e como a realização dos sonhos dependem também do meio ambiente em que vivemos e do apoio que recebemos (e que damos a) outras pessoas que se entrelaçam em nossa história pessoal.

Quando a nossa ideia é comunicada a uma ou mais pessoas ela entra no meio ambiente e se torna mais do que uma ideia. Primeiro, porque se outras pessoas se identificarem com a nossa ideia ela poderá ser quase que infinitamente replicada. Segundo que a nossa ideia no mundo pode também ser infinitamente interpretada, re-significada, realizada e expandida.

Se esta ideia se torna um objetivo a ser alcançado, um objeto de nossa mais alta aspiração, a ideia se torna um ideal. E um ideal compartilhado, se torna um ideal coletivo mais perto do que nunca de ser alcançado. Ora, mais do que nunca está na hora de criar e nos conectarmos a ideias e ideais sócio-ambientalmente justos, pacíficos e sustentáveis.

Os jovens tem grande aptidão para idear e abraçar ideais que alguns “adultos” chamam de utópicos (como os ideais sócio-ambientais). Todos (não importa a idade) tem a chance de (re)escrever o futuro do mundo: “Para onde vamos?”...

Ao traçarmos mudanças de paradigmas - do individualismo para a cooperação, do consumismo inconseqüente para o consumo consciente, da ostentação à simplicidade voluntária, da degradação para a conservação – as sementes, antes de serem plantadas na terra, devem ser plantadas na mentes.

Que das palavras-semente pessoais brotem novas ideias, que germinem novos ideais, que nasçam realizações e floresçam novas palavras, conscientes.

Fabio Lisboa


SERVIÇO:

Letramento e meio ambiente: a palavra-semente
Esta é uma matéria transversal do curso profissionalizante gratuito de “Jardinagem e Conservação Ambiental”. A ideia de trazer a arte literária, da tradição oral e as histórias pessoais à um curso profissionalizante na área ambiental surge do nosso anseio de fazer uma ponte entre o conhecimento técnico adquirido e a comunicação e expansão deste conhecimento em forma de novos ideais.
Idealização: Fabio Lisboa, Manoel José Manoel Rodriguez e Raul Xavier De Oliveira

Realização: Fabio Lisboa

Mais informações:
http://www.fabiolisboa.com.br/
http://reciclzaro.org.br/

Curso Gratuito de “Jardinagem e Conservação Ambiental”

Coordenação pedagógica: José Manoel Rodriguez
Coordenação Geral: Raul Xavier De Oliveira


Resumo:

A Associação Reciclázaro, em parceria com o Projeto Inclusão Social Urbana- Nós do Centro- da Prefeitura de São Paulo e a Secretaria de Assistência Social, oferece aos jovens moradores da região Leste, da cidade de São Paulo, a possibilidade de participarem de uma formação profissional que une teoria e prática voltada para a área ambiental. Trata-se do curso de Jardinagem e Conservação Ambiental promovido no Centro de Formação Profissional e Educação Ambiental (CEFOPEA), instalado no bairro do Belém.

Com carga horária total de 320 horas, o curso aborda questões como horticultura urbana, paisagismo, formação do solo, botânica, compostagem e manejo de pragas e doenças. Todo este conhecimento é vivenciado diariamente pelos jovens na prática durante quatro meses, pois o Centro – que tem uma área de 8.500 m2 – conta com horta, viveiro de mudas nativas da Mata Atlântica, minhocário, composteira, pomar e estufas, ou seja, espaços próprios para os alunos aplicarem tudo o que aprendem em sala de aula.

A formação busca trabalhar de forma transversal diversos temas de cidadania e também orientações para o mercado de trabalho. Nesta última, os alunos aprendem a como elaborar um currículo, postura, dinâmicas para processos seletivos, entre outros assuntos essenciais para os jovens que estão em busca do primeiro emprego.

A proposta é que, após a formação, os jovens estejam prontos para atuarem na manutenção e preparação de jardins, conservação de parques e praças, em projetos de paisagismo e comercialização de produtos e serviços ambientais.

Mais informações:

http://buscajovem.org.br/projetos-em-destaque/profissionais-da-area-ambiental

Contato
Centro de Formação Profissional e Educação Ambiental (CEFOPEA)
Endereço: Avenida Ariston Azevedo, nº10 – Belém – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2081-3673
E-mail: cefopea@reciclazaro.org.br
Blog: http://cefopea.blogspot.com/
Site: http://www.reciclazaro.org.br/

Fotos
No alto 1: No Aniversário do CEFOPEA em 2009, Alfredo, aluno do curso, conta histórias para alunos da rede pública. Foto tirada por Danilo, também aluno do curso.

No alto 2 (Mosaico): Seleção feita pelos criadores do blog CEFOPEA
Foto do Meio: No aniversário do CEFOPEA 2009, alunos transplantam e regam mudas no “cross ambiental”, orientados pelo professor Alessandro.

Abaixo: Turma Manhã 2o sem de 2009:
De pé, da esquerda para a direita: Maria Tereza, aluno ouvinte, Luan, Paulo Felipe, Janaina, Adayr, Alfredo, Paulo Shigueru, Flávia, aluna ouvinte, Danilo. Abaixa, da esquerda para a direita: Océlio, Noemy, Thiago, Edésio, Joca.

De Patinho Feio a Cisne

O amor,
o pertencimento e o sentido
forjando a resiliência infantil



















(baseado nos pressupostos teóricos de Boris Cyrulnik)



Quem consegue encontrar em si uma beleza verdadeira? Entre dois órfãos que sentiram logo cedo uma horrível sensação de abandono, quem teria mais chances de um dia se ver belo... A linda loira que virou diva ou o homem feio que virou cisne? Quais os pontos em comum e o que diferencia a história da atriz e cantora Marilyn Monroe (aquela da famosa cena cinematográfica da saia esvoaçante que flertou até com o Presidente dos Estados Unidos) e do escritor Hans Christian Andersen (um amante discreto que talvez até não tenha lidado bem com sua sexualidade, autor do clássico infantil “O Patinho Feio”)?

Quem deles teve a chance de forjar na infância uma couraça protetora chamada resiliência (a capacidade de se recuperar após acontecimentos traumáticos)? Esta couraça salvadora e transformadora seria capaz de proteger o “eu-fantasma”, inseguro e abondonado, transformando-o em um “eu-belo”, corajoso e que se sente amado? O especialista em resiliência, Boris Cyrulnik, faz uma comparação reveladora. Ambos, Marilyn Monroe e Hans Christian Andersen, sofreram agressões físicas e morais e se tornaram órfãos muito pequenos. Os dois lutaram para não serem fantasmas de si mesmos, fantasmas assombrados pela falta de amor do passado. Um deles conseguiu e o outro não.

A mãe de Marilyn foi banida da sociedade por dar a luz a uma menina sem um pai oficial. A mãe não teve força suficiente para lhe oferecer um ambiente acolhedor e segurança, tanta era a infelicidade que dominava o seu mundo. A futura Marilyn passou por inúmeras famílias e vários orfanatos burocráticos onde não lhe ensinaram a amar. As trocas constantes de família de acolhimento não permitiram que a jovem organizasse à sua volta uma permanência afetiva que lhe teria permitido adquirir o sentimento de amor. Marilyn, apesar da fama e dos incontáveis amantes, não conseguiu encontrar um lugar para aquietar o seu coração. Não descobriu um sentido, um propósito maior para a sua existência e, numa de suas recorrentes depressões, acabou tirando a própria vida. Os amantes apaixonados e os milhares de fãs só conseguem ver o doce fantasma criado pela atriz. Cegos por tanta beleza, até hoje não conseguimos ver o real fantasma de seu imenso desespero. Boris Cyrulnik ressalta que “a atriz ficou sozinha na lama, para onde, de vez em quando, lhe lançavamos um diamante… até ao dia em que se deixou afundar de vez.”

Hans Christian veio ao mundo em 1805 na Dinamarca, a sua mãe tinha sido obrigada a prostituir-se pela própria mãe dela, que lhe batia e lhe obrigava a satisfazer os clientes. A filha fugiu, grávida de Hans Christian casando-se com M. Andersen. Esta mulher foi capaz de tudo para que o filho não conhecesse a miséria. Mas esta mãe protetora era também alcóolatra e depois de tanto sofrimento, assim como o pai, que foi soldado de Napoleão, morreram afundados em graves crises psicológicas. Porém, Hans Christian, nascido na prostituição, loucura e morte dos pais, mesmo enfrentando momentos de violência e miséria, nunca teve falta de afeto. Foi, primeiro, acarinhado no desejo da mãe - que queria a qualquer custo torná-lo feliz – e depois, no colo da avó paterna, onde foi ternamente educado. A pequena aldeia Odense em que viveu, na ilha verdejante de Fionie, era povoada de lendas e contadores de histórias. O mundo do pequeno Andersen, que sofria com os maltratos dos colegas e das meninas que o achavam muito feio, começou a se reorganizar a partir destas duas forças: afetividade e pertença a uma cultura. Assim, ele sairia da lama das origens para viver na luz da afetividade e se descobrir na beleza dos contos da sua cultura. O jovem Andersen, mesmo enfrentando alguns problemas no casamento e na descoberta de sua sexualidade, levaria uma vida relativamente feliz, se tornaria um grande contador de histórias e um dos maiores escritores de literatura infantil indo além de sua própria cultura e de seu tempo.

A obra mais famosa de Hans Christina Andersen, “O Patinho Feio”, é como um retrato autobiográfico, uma prova de que, ao entender e resignificar os acontecimentos de nossas vidas, podemos transformar a lama que afundamos em poesia. Do campo poético para a vida, pessoas resilientes mostram que é possível enfrentar o abondono e a carência afetiva até encontrarem sentido nas páginas de suas histórias pessoais. Ao serem nutridos com amor, histórias e resignificações, patinhos feios tem a chance real de um dia se descobrirem cisnes.

Fabio Lisboa
http://www.fabiolisboa.com.br/




Bibliografia

CYRULNIK, Boris – O Murmúrio dos fantasmas – Tradução: Sônia Sampaio, São Paulo, 1ª edição: Martins/Martins Fontes, 2004 http://www.livrariamartinseditora.com.br/descricao.asp?cod_livro=CY0169

Fotos e Ilustrações

Hans Christian Andersen (1805-1875): 1. Ilustração s/d.
2. Estátua do autor, a qual inclui um belo patinho que o ouve atentamente. Localizada no Central Park, New York, USA, criada pelo escultor João Lober Georg, revelada em 1955, a escultura serve de pano de fundo para contadores de história e projetos de incentivo à leitura. Com ou sem eventos ao redor, até hoje a estátua de Hans Christian atrai crianças que gostam de sentar no colo do escritor. http://www.nycgovparks.org/sub_your_park/historical_signs/hs_historical_sign.php?id=12332

Marilyn Monroe (1926 – 1962): 1. Foto capa da Revista PHOTOPLAY (1933)
2. Versão POP ART da atriz por Andy Warhol (Shot Orange Marilyn, 1964).

Referências bibliográficas

ANDERSEN, Hans Christian – O patinho feio - Tradução de D'AGUIAR, Rosa Freire. São Paulo: Cia das Letrinhas (esta edição inclui um apêndice explicativo da história do autor) http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=40461

O Patinho Feio (p. 69) e outras obras on-line em domínio público: ANDERSEN, GRIMM, PERRAULT - CONTOS TRADICIONAIS, FÁBULAS, LENDAS E MITOS - Livro do Aluno Vol 2 - Ana Rosa Abreu, Claudia Rosenberg Aratangy, Eliane Mingues, Marília Costa Dias, Marta Durante e Telma Weisz. Edição: Elzira Arantes. Ministério da Educação Fundescola /Projeto Nordeste/Secretaria de Ensino Fundamental, Brasília, 2000. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf

CYRULNIK, Boris – Os patinhos feios – Tradução: Mônica Stahel, São Paulo, 1ª edição: Martins/Martins Fontes, 2004 http://www.wmfmartinsfontes.com.br/

CYRULNIK, Boris – Os alimentos afetivos: o amor que nos cura – Tradução: Claudia Berliner, São Paulo, 2ª edição: WMF Martins Fontes, 2007 http://www.wmfmartinsfontes.com.br/detalhes.asp?ID=552701

POLETTI, Rosette, DOBBS, Barbara - A resiliência: A arte de dar a volta por cima - tradução de Stephania Matouseke – Petrópolis: Editora Vozes, 2007 http://www.editoravozes.com.br/

ONGs:

IPA - Associação pelo Direito de Brincar http://www.ipadireitodebrincar.org.br/
Instituto ZeroASeis http://www.zeroaseis.org/
Associação Viva e Deixe Viver http://www.vivaedeixeviver.org.br/

PALESTRA

“Hans Christian Andersen e O Patinho Feio: Romantismo X Contemporaneidade” por Fabio Lisboa http://www.fabiolisboa.com.br/

Tendo a contação da história do Patinho Feio (na tradução de Monteiro Lobato) como fio condutor, esta palestra faz um passeio pela escola literária da época de Andersen, passando pelas origens mitológicas do conceito de feio, contrapondo tudo isso a aspectos culturais e ideológicos de nosso tempo e novas versões do feio/belo.

Palestra já apresentada por Fabio Lisboa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (abril de 2008) sob a coordenação do Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho.

Duração: 1:30 h

Público Alvo: Contadores de história, arte-educadores, professores de português, história, estudantes de pedagogia, letras, sociologia, história, filosofia, comunicação, teatro e demais interessados.

Mais informações e outros textos em http://www.fabiolisboa.com.br/

ou fabio.lisboa *arroba* imagineprojetos.com

(favor tirar os espaços e substituir a *arroba* por extenso pela tradicional @ - trata-se de enganar os SPAMs automáticos caçadores de arrobas : )