Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Contos de fadas e a palavra do contador de histórias: Silhuetas no clarão dos tempos (parte 2 de 2)

Imagem do filme Príncipes e Princesas (1989-2000) de Michel Ocelot

por Fabio Lisboa

Se a silhueta é metáfora útil para o narrador oral, a animação “Príncipes e Princesas” (série de TV francesa de 1989 – relançada em 2000 em formato filme), de Michel Ocelot, ilustra bem o poder imaginativo que o uso desta suscita.

Contos de fadas e a palavra do contador de histórias: Silhuetas no clarão dos tempos (parte 1 de 2)

Imagens do filme Príncipes e Princesas (1989-2000), de Michel Ocelot
por Fabio Lisboa
 
Em tempos de luzes que iluminam a noite, de meios de comunicação e conexão on-line que nos fazem passar noites em claro, e de holofotes voltados para banalidades e tragédias da vida real, será possível enxergarmos sutilezas e belezas na penumbra da imaginação?

O deserto intransponível e os cantis secos



História real por Fabio Lisboa

Eu e meu irmão menor fazíamos os preparativos para a travessia de um deserto quase intransponível. Este deserto começava no quarto de costura de minha avó e se estendia pelo corredor até a sala de estar.

Era 1983, eu tinha 8 anos e o Gu, meu irmão Augusto, 5. O nosso deserto tinha uns 10 metros no total. Todavia, na época, esses 10m adquiriam proporções colossais pois circulávamos inúmeras vezes pelo trajeto. Além disso, criávamos obstáculos e íamos vencendo a travessia, escalando morros de almofadas amontoadas no corredor, adentrando uma caverna debaixo da mesa da sala e atravessando a ponte do sofá de molas por cima de um caldaloso tapete escorregadio, perigosíssimo, infestado de jacarés e areia movediça - não me pergunte como os jacarés conseguiam nadar na areia movediça, só sei que ambos conseguiam estar lá, juntos, na nossa imaginação e, sem dúvida, no tapete da sala da minha avó.

Algumas brincadeiras e viagens fantásticas só são mesmo permitidas na casa dos avós. E para uma brincadeira ser mesmo fantástica, além da permissão é preciso concentração, imaginação, cooperação e, antes de tudo, preparação.

Os contos de fada como instrumentos de superação das dificuldades de “encontro” na escola



 por Vania Longo

No ambiente escolar, alguns motivos levam os alunos a se “desencontrar”, desmotivando-se pelo estudo, não se interessando pelas matérias ensinadas, tampouco pelas aulas ministradas, não estabelecendo vínculo com os colegas, apresentando apatia diante das tarefas, ritmo lento ou acelerado em relação à turma, demonstrando dificuldades  na aprendizagem, logo, estando sujeitos à reprovação, o que agrava ainda mais o quadro discorrido.

Observamos que invariavelmente os estudantes não estão devidamente mediados para a aprendizagem, os conteúdos apresentados não falam para a essência, para a “alma”, a escola e a família não conseguem interessá-los, despertá-los para uma vida interior que faça conexão com o conhecimento sistematizado pelas ciências e assim são fortalecidos os motivos para a “desistência”, apatia, desinteresse.

Por que as coisas tem o nome que tem?



Uma história real, por Fabio Lisboa

Sempre quis conhecer o real significado das palavras. Um dia eu descobri porque o pufe se chamava pufe.

“Não faça isso, é perigoso” – meus pais sempre diziam isso quando eu fazia descobertas semânticas arriscadas como a do pufe.