Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

Criança e Consumo: Incontáveis histórias com uma só moral

Personagem Tele Tubbie Roxo com bolsa

 Publicidade disfarçada de entretenimento forma identidade infantil
por Fabio Lisboa (www.contarhistorias.com.br)

As propagandas subliminares foram proibidas pois elas promoviam produtos no nível subconsciente, ou seja, quem as assistia, por exemplo, durante um filme no cinema, não tinha consciência que algo lhe estava sendo vendido[1]. Após a sessão, o espectador saia do cinema louco por consumir o tal produto subliminarmente anunciado. As pessoas saiam com sede, mas não queriam água, estavam “com sede” de determinado refrigerante, de determinada marca!

[1] Vide pesquisas analisadas pelo Dr. Prof. Flávio Calazans.

Ilustração de camiseta Gucci contém uma mensagem subliminar, teoricamente fácil de ser identificada, qual é?

Agora imagine que, no futuro, ao invés de protegermos nossas crianças dessa influência consumista, subjetiva e desleal, liberássemos este tipo de comercial para que elas assistissem, diariamente e por várias horas. Elas sairiam por aí exigindo dos pais determinados produtos e marcas e não se sentiriam felizes sem que adquirissem tais produtos. Com um agravante, a suposta felicidade seria exaurida num prazo extremamente curto pois novos desejos por novos produtos se instalariam no subconsciente infantil. Os futuros adultos não aceitariam outra filosofia além de: “para ser alguém é preciso ter muitas coisas”. Nada a ver com o futuro sustentável que tanto se fala, não é mesmo? Se assim fosse, viveríamos numa sociedade do consumo...

Mas peraí, este “futuro” já não chegou? Estudos no mundo todo mostram que sim. Veja algumas informações coletadas pelo Instituto Alana (A publicidade invadiu o nosso cérebro). As milhares de propagandas aparentemente inocentes assistidas diariamente mexem com a subjetividade infantil formando, logo cedo, consumistas mirins.


E esses seres em formação não tem escolha, não tem consciência que sua identidade consumista está sendo moldada pelo conteúdo que julgam puro entretenimento. Não tem a menor consciência de que, para completar a coleção de personagens famosos, vão ter que comer um exagero de produtos pouco nutritivos e muito calóricos.

A publicidade dirigida à criança, se não for regulamentada ou mesmo proibida, irá continuar contando histórias com uma moral só: só é feliz, quem consegue consumir, e consumir muito. Enquanto esse futuro não chega, cabe aos pais protegerem as crianças. Cabe aos publicitários e profissionais de marketing serem éticos e auto-regulamentarem, de fato, o setor. Cabe aos profissionais da educação alertarem sobre, e, aos pais, atentarem para a importância de brincar, ler, dialogar, enfim, de contar outras histórias na formação da subjetividade infantil que não a da possibilidade única de felicidade: o consumo.

Informe-se sobre o tema “Criança e Consumo” e compartilhe sua opinião e seus conhecimentos!

Referências

Postagem sobre a importância dos primeiros contatos afetivos através das histórias e do diálogo com os pais: Por que contar histórias para bebês e crianças?

Matéria de treinamento para professores (e pais) do Projeto ABC (Aprender, Brincar, Cuidar): Brincar, contar histórias, cantar, dialogar: A importância destas atividades para o desenvolvimento infantil

Assine o Manifesto: Publicidade Infantil NÃO

Saiba mais sobre as mensagens subliminares nas pesquisas de Flávio Calazans.

Teste sua percepção subliminar na Revista Mundo Estranho.

Saiba mais sobre o Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana.


[1] Vide pesquisas analisadas pelo Dr. Prof. Flávio Calazans.

Na imagem em preto e branco fica mais fácil identificar a palavra sex (sexo, em inglês). Na imagem original fica menos óbvio, mas será que quem não percebeu (e o sex não veio à mente consciente da primeira vez) foi inconscientemente influenciado...

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