Aqui você encontra a arte de contar histórias (storytelling)
entrelaçada à empatia, mediação de leitura, educação, brincar, sustentabilidade e cultura de paz.

600 livros antes de entrar para a escola: as crianças dão conta?

Bienal 2010 - IAB Biblioteca do Bebê - Cesta de livros à disposição para ser explorada à vontade pelos bebês


Na opinião do Blog Contar Histórias, as crianças até 6 anos de idade não só dão conta de 600 livros como, para a maioria destes 600, ainda vão pedir: Conta de novo! Com a mesma convicção, o IAB Instituto Alfa e Beto lançou durante a Bienal Internacional do Livro 2010 uma meta desafiadora para transformar o Brasil num país leitor. Trata-se do Guia IAB de Leitura para a Primeira Infância: Os 600 livros que toda criança deve ler antes de entrar para a escola. A publicação é um catálogo com 600 títulos selecionados por especialistas em literatura, leitura e desenvolvimento infantil. Além da qualidade (de conteúdo, linguagem, ilustrações e cuidados editoriais), os livros foram escolhidos pela adequação às várias faixas etárias entre zero e seis anos e pela diversidade de conteúdos. Cada um deles é apresentado com uma pequena resenha. E os autores avisam logo que a divisão etária facilita a escolha mas não precisa ser seguida à risca já que a competência leitora não é necessariamente proporcional à idade e bons livros servem para qualquer idade.Tive a oportunidade de analisar o material e a seleção é uma delícia tanto para pais, professores quanto contadores de histórias profissionais.


Bienal 2010 - IAB Biblioteca do Bebê - Nem a mamadeira tira o sabor de apreciar uma boa leitura apresentada por mediadora e pela coordenadora Denise Rocha

Segundo o IAB, o título aparentemente ambicioso do Guia pode ser uma meta factível de toda família: ler 100 livros por ano - cerca de dois por semana - para as crianças antes de entrarem no ensino fundamental. Se levarmos em conta que a partir da educação infantil os alunos deveriam ter a “Hora do Conto” todos os dias, esta meta é muito plausível. Mas o interessante para os pais é saberem da importância de se ler para crianças pequenas como estímulo para o desenvolvimento da linguagem e da inteligência e conhecerem as sugestões de leitura a partir de zero anos!

É possível consultar o Guia direto pelo site IAB.

Mais informações sobre a importância de Contar Historias para crianças você também encontra no  Projeto ABC Aprender, Brincar, Cuidar. Dicas de como contar histórias para crianças na idade da educação infantil.

Nas próximas postagens mais informações sobre a “Cartilha Primeira Infância Primeiras Leituras”, distribuida gratuitamente aos pais que visitaram o stand, também disponível on-line no site do IAB.

Exposição “As Palavras e o Mundo”, Cantinho da Leitura e Blogs de mães








Fabio Lisboa intriga crianças ao contar histórias do Pólo Norte numa fria manhã
no Cantinho da Leitura FNAC na Feira de Artes da Vila Madalena
Foto: Mariana Fresnot
Vou começar a sequência de dicas culturais selecionadas em blogs de mães como o “Ser mãe é...”. A ideia surgiu quando conheci a mãe-blogueira, Mariana Fresnot, que conta histórias para os filhos - e também os ouve com atenção! Prova disso é sua última postagem, onde conta o diálogo curioso com seu filho Martin, de 3 anos, sobre sexo, namoro e casamento. Um tema que com certeza é melhor se mediado pelos pais do que apresentado pela Internet – segundo pesquisa apresentada no blog Mamãe de Meninos, as palavras “Sexo e pornô” estavam entre as 10 mais pesquisadas pelas crianças no primeiro semestre de 2009.


Fabio Lisboa e crianças criam clima de nevasca e apreensão
ao contar histórias no Cantinho da Leitura FNAC na Feira de Artes da Vila Madalena
Foto: Mariana Fresnot
Conheci a mãe Mariana e seus filhos no mundo real, na Feira de Artes da Vila Madalena, onde coordenei o “Cantinho da Leitura” idealizado e patrocinado pela FNAC Pinheiros. Num dia frio, o espaço ofereceu aos pais momentos de leitura aconchegante com os filhos e também de uma aventura na neve com “O Grande Peludo” contada pelos narradores Fabio Lisboa e Rubia de Souza.

Depois do evento a simpática mãe não só mandou algumas fotos com atentos ouvintes (como sua filha Isadora) como fez uma postagem sobre o  evento e ainda se empolgou em começar a divulgar o trabalho de outros contadores de história!

Crianças surpreendem-se com a aparição do personagem urso polar
no Cantinho da Leitura FNAC na Feira de Artes da Vila Madalena.

Descobri que o blog da Mariana trás dicas interessantes como a exposição “As palavras e o mundo” no SESC Pompéia (em São Paulo) até 10 de outubro.


Nas próximas postagens farei uma seleção de alguns outros blogs escritos por mães. Se alguém tiver alguma dica pode sugerir! Fecho o bate-papo de carona no blog-papo de abertura do "Ser mãe é...": “Uma das coisas mais importantes para melhorarmos os nossos problemas de segurança, meio ambiente, cidadania, corrupção e muitos outros é a educação de nossos filhos e essa educação não é uma responsabilidade só das escolas, ela é, principalmente, materna. E quem nos ensina a ser mãe?”

Biblioteca do bebê, dicas culturais, blogs de mães e vida pós-Bienal 2010








Bienal do Livro 2010 Estande da PNLL - Foto: Aguinaldo Pedro - Ofício da Imagem
Após 11 dias de imersão na Bienal do Livro 2010, desdobrando-me entre a Lusofonia no estande da PNLL (com a ajuda das narradoras Marina Bastos e Zenaide Paludo) e O mistério amarelo da noite na Fundação Volkswagen, volto ao Blog.

Nas próximas postagens, vou falar (apesar de ainda estar sem voz) de momentos marcantes vividos na Bienal e de eventos que irão ocorrer (ou já ocorreram) que são dicas culturais relevantes para os apreciadores da arte de contar histórias e de sua relação com a educação e com o mundo.


Bienal do Livro 2010 - IAB - Biblioteca do Bebê - livros com texturas intrigam bebês
Um dos locais mais bacanas que visitei na Bienal foi a Biblioteca do Bebê, idealizada pelo pessoal do IAB Instituto Alfa e Beto.

Nas próximas postagens, mais informações sobre o IAB e a “Cartilha Primeira Infância Primeiras Leituras”, distribuida gratuitamente aos pais que visitaram o stand, também disponível on-line e sobre blogs escritos por mães bem divertidas e bem informadas que descobri durante eventos paralelos à Bienal...



Bienal do Livro 2010 - IAB - Biblioteca do Bebê - mediador de leitura Marco Ponce apresenta livro ao pequeno Guilherme e sua mãe




CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS e LUSOFONIA: Histórias em Nossa(s) Língua(s)


Pesquisa, narração e texto: Fabio Lisboa
Na 21ª Bienal do Livro de São Paulo, no estande do PNLL (Plano Nacional do Livro de Leitura), uma vivência de como a literatura e as histórias da tradição oral se relacionam com nossa língua, nosso passado e vida moderna. Rodas Cantadas abrem os ouvidos e histórias de nossa cultura e de diferentes países falantes de língua portuguesa falam ao coração. Um passeio atravessando os mares da língua portuguesa incentivando a leitura e o diálogo intercultural.

Narrativas de diferentes nações e uma comparação entre versões da mesma história permite estabelecer (de forma intuitiva ou explícita) um diálogo entre a língua comum aos países falantes do Português, com suas próprias línguas e culturas ancestrais e contemporâneas.

Faz-se então, por exemplo, um paralelo entre uma história da tradição oral indígena e a sua versão com um final modificado pela tradição popular brasileira. Por que “mudaram” o fim da história? O que a nossa língua e a variação da mesma história nos contam sobre nossas origens e influências culturais? Por que a “nossa língua” é na verdade feita de “muitas línguas”?

No nosso caldeirão cultural da(s) língua(s) das histórias haverá espaço para as mitologias africanas e indígenas e literatura portuguesa em Saramago (em versão fiel à língua – como sempre desejou o autor – mas temperada pela oralidade brasileira), Henriqueta Lisboa, Fernando Pessoa... e brasileiros de Ana Maria Machado à Ziraldo. Não vai faltar também a literatura africana contemporânea representada em contos de Mia Couto de Mocambique, Agualuza e Ondjaki de Angola, entre outros.

Os debates e teorias sobre “a(s) nossa(s) língua(s)”, sobre a chamada “lusofonia” surgem naturalmente no interesse do público infantil (ou adulto) em conversar sobre o tema.

Estes conceitos serviram de base para a pesquisa temática e são como um pano de fundo das histórias que vão aparecer apenas quando (e se) necessário, sempre de forma agradável e dinâmica.


Todos os dias, das 11h00 às 18h00 no estande do PNLL – Av.1 com Rua O
21ª Bienal do Livro de São Paulo - Pavilhão de Exposições do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo/SP Telefone: +55 11 2226-0400 - obs: Ingressos: inteira – R$ 10,00 / Meia-entrada – R$ 5,00


Com Fabio Lisboa e convidados especiais como Zenaide Paludo.
Horários de Segunda a Sexta: 11, 14, 16 e 18h
Horários aos Sábados e Domingos: 11, 14, 15, 16 1,7 e 18h

Mais informações sobre o Plano Nacional de Livro e Leitura www.pnll.gov.br
Mais informações sobre histórias: www.contarhistorias.com.br
Mais informações sobre histórias e lusofonia: http://www.fabiolisboa.com.br/2010/08/o-que-e-lusofonia.html
Programação Cultural em destaque na Bienal do Livro 2010

O que é Lusofonia?

Imagem: Rede CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Reflexões acadêmicas sobre o conceito homenageado na Bienal do Livro 2010: o que une Brasil, Portugal e os países falantes da língua portuguesa


O autor Fernando Cristóvão[1] faz ampla pesquisa sobre o tema, começando pela etimologia da palavra Lusofonia: “fala dos lusos, dos portugueses”. O autor afirma, porém, que Lusofonia se remete a fala de todos os que utilizam a língua portuguesa, em especial, como língua oficial.



língua portuguesa é a língua oficial de AngolaBrasilCabo VerdeGuiné-BissauMoçambiquePortugal e São Tomé e Príncipe. É também uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial (com o Espanhol e o Francês), Timor-Leste (com o tétum) e Macau (com o Chinês). A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) agrega Timor-Leste ao grupo dos 7 países que tem o Português como língua oficial única ou principal.

Fernando Cristóvão afirma que alguns autores rejeitam o conceito de Lusofonia, suspeitando que essa não passa de um projeto neocolonialista na área cultural – perde-se a colônia, conserva-se o domínio cultural e da língua.

Porém, a maioria dos estudiosos da língua portuguesa “reconhecem a existência da Lusofonia, e contribuem para a sua construção” [2] , afinal para todos os cidadãos dos países de língua portuguesa, esta língua é tão própria e tão sua, como para os próprios portugueses. Assim, deve-se pensar no idioma não como pertencente a nenhuma pátria de forma específica, não como sendo monopólio de uma ou outra das nações – deve-se pensar que todas as nações desse mundo lusófono, falam a mesma língua, porém cada um a seu modo. Assim,

“A Lusofonia não é pois uma operação neocolonialista. Resulta da vontade conjunta de Portugal, do Brasil e dos países africanos que foram colônias portuguesas. Antes de ser uma teoria ou um projecto, é um fato indesmentível, o da vontade dos oito países em utilizarem o português como sua língua, materna ou oficial,e que, por ela e por uma história comum se sentem ligados uns aos outros como grupo sociocultural que procura também organizar-se em grupo político”.[3]

Portanto, coloca em sua argumentação que a vontade de construir a Lusofonia é de fato antiga, partindo do sonho do pensador brasileiro, Sílvio Romero, que no início do século XX, constata que os países e colônias portuguesas, precisam se unir em prol de formar uma defensiva contra “concorrentes estranhos” – ou seja de outros países e comunidades imperialista e racistas, que se desenhavam no século em questão.

Assim, é colocado que a Lusofonia compõe-se de “três círculos concêntricos de interdependência e solidariedade”. Sendo eles:
O primeiro círculo: formado pelas oito nações lusófonas (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que só teriam a ganhar ao com a Lusofonia, afinal unidos podem resistir melhor a iniciativa e a ambição de outros grupos lingüísticos que através da cultura e do comércio, se fazem cada vez mais presentes e podem até, transformar-se em projetos de dominação cultural, como o caso do Inglês e Chinês.

O segundo círculo: é composto pelas outras línguas e culturas de cada uma dessas oito nações. Ao estabelecer um diálogo entre a língua e cultura comum aos oito, com suas próprias línguas e culturas, é visado proteger e estimulá-las de maneira nacional e internacional.

O terceiro círculo: composto por indivíduos e instituições alheios aos países lusófonos, mas que mantém uma relação, seja por empatia, erudição, ou outro interesse, com a nossa língua em comum.

No Timor-Leste, por exemplo, parece haver um interesse em utilizar de fato o português (lá a língua mais falada é o tétum, uma língua austronésia bastante influenciada pelo português). Segundo o artigo Geografia da Língua Portuguesa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_da_língua_portuguesa) “A reintrodução do português como língua oficial causou suspeição nalguns jovens timorenses, que foram educados no sistema indonésio e não o falam. O português em Timor-Leste é falado por menos de 20% da população (13,6% de acordo com o primeiro censo pós-independência, realizado em 2004), na sua maioria a geração mais velha, mas essa percentagem está a crescer visto que o português tem sido ensinado à geração mais nova e a adultos interessados. Timor-Leste pediu às outras nações da CPLP para ajudar na reintrodução do português como língua oficial. O português é usado como forma de se ligar a uma comunidade internacional maior, assim como para diferenciar-se da Indonésia.Xanana Gusmão, ex-presidente de Timor-Leste, acredita que o português será bastante falado, de novo, dentro de dez anos.”

A tentativa do Timor Leste em criar uma identidade cultural diferenciada da Indonésia passa pelo uso de uma língua diferenciada. É um exemplo do poder cultural que uma língua agrega a uma nação. Mas é bom lembrar que o fortalecimento do diálogo intercultural e lingüístico entre os países lusófonos não deve servir de pretexto para dificultar o diálogo com outras culturas e línguas.

Quanto ao futuro da lusofonia, se depender do autor Fernando Cristóvão, será promissor:

“Encaramos o futuro com optimismo e esperança, libertos de fantasmas e tabus do passado, porque depois de uma fase imperial Lusitana, se passou outra de política cultural luso-brasileira, e destas, nos nossos dias, para um diálogo e política concertada de democracia lusófona”.[4]


Histórias dos países lusófonos:
Fabio Lisboa conta histórias lusófonas na Bienal do Livro 2010 – Estande da PNLL (Plano Nacional do Livro e da Leitura – www.pnll.gov.br). Mais informações em www.contarhistorias.com.br

Programação Cultural em destaque na Bienal do Livro 2010



Texto
Referências:
Textos selecionados pelo professor Emerson de Estudos comparados de Língua portuguesa da Faculdade de Letras da USP (Universidade de São Paulo):
CRISTÓVÃO, Fernando. Cruzeiro do Sul, a Norte.  Lisboa: Imprensa Nacional , 2005
LOURENÇO, Eduardo. A Nau de Icaro seguido de Imagem e miragem da Lusofonia. Lisboa: Gradiva

Imagem:

Estatísticas sobre os países lusófonos:

Mais sobre lusofonia:
Lusofonia (Portal do Governo)
Portal da Lusofonia
Instituto Camões
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Entenda algumas razões apresentadas pela CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) para a criação do Acordo Ortográfico:


[1] CRISTÓVÃO, Fernando. Cruzeiro do Sul, a Norte.  Lisboa: Imprensa Nacional , 2005 p.374
[2] LOURENÇO, Eduardo. A Nau de Icaro seguido de Imagem e miragem da Lusofonia. Lisboa: Gradiva p. 377
[3] Idem, Ibidem p. 379
[4] Idem, Ibidem p. 389 - citação de Fernando Cristóvão.

Brincar, contar histórias, cantar, dialogar: A importância destas atividades para o desenvolvimento infantil

Projeto ABC – Aprender, Brincar, Cuidar
Tema/Eixo 3 – Converse, brinque, cante e leia para o seu filho (parte 3 de 5)

Responsáveis: Andrew Swan 
Editado por: Fabio Lisboa

Lembra-se de quando ainda era criança, como você brincava? Lembre-se como era boa a sensação de liberdade, de poder explorar o seu mundo, ter os seus próprios pensamentos, os seus brinquedos, ouvir música, dançar, ouvir histórias, fantasiar, em sua casa, no seu quarto, na rua, ou em lugares próximos, na escola e até numa praia, onde quer que estivesse, brincar é o “eterno” momento de felicidade da criança. Lembre-se também das divertidas brincadeiras com outras pessoas, inclusive com a família, irmãos, avós, primos, vizinhos, professores, colegas, amigos etc. Brincar é um processo único, que é o fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criança. Para uma criança, brincar é a própria vida! Brincar durante a infância é tão bom que imaginamos como seria bom poder brincar para o resto da vida!
Então vejam que afortunadas pessoas como educadores, recreacionistas e pais que tem o privilégio de se reconectar a esta atividade prazerosa, tendo a oportunidade de brincar livremente com suas crianças!
Mas lembrar-se com alegria e saber da importância de brincar, de contar histórias, de cantar não basta. Os adultos envolvidos precisam participar e estar envolvidos. Pesquisas mostram claramente que os melhores projetos ou programas de apoio às crianças sempre envolvem os pais pois eles estão na melhor posição para dar permissão, encorajar e apoiar as crianças a participar das atividades que propiciarão o seu desenvolvimento.

A importância do brincar
Ao brincar a criança tem a oportunidade de começar e de controlar cada parte de sua atividade sem que ninguém lhe diga o que fazer. Brincar permite pensar sobre o mundo ao redor, desenvolvendo a autonomia e responsabilidade infantil. Uma brincadeira é quase sempre divertida e isso significa que as crianças aprendem muito mais assim, e o melhor, aprendem de uma forma agradável.

A criança pode exercitar a mente e o corpo quando brinca e pode aprender a gerir o estresse, resolver conflitos e lidar com suas emoções. O estresse gera muitos problemas de saúde, enquanto brincar (mesmo que durante o brincar enfrentemos situações estressantes) no fim das contas, tem um poderoso efeito relaxante, sendo uma atividade “desestressante” tão boa para crianças quanto para seus pais.

Se os adultos seguirem esta receita e compartilharem brincadeiras e outras atividades lúdicas com as crianças, relações mais amorosas e profundas vão surgir entre pais e filhos, professores e alunos, bebês e cuidadores. Mães e pais tem a vantagem de já ter um vínculo afetivo e poder fortalecê-lo brincando com seus filhos. As crianças querem brincar com outras crianças também, e os pais e educadores devem incluir a interação social infantil, facilitando assim, o desenvolvimento dos processos de comunicação e convivência. Os pais podem ir para locais públicos como parques, bibliotecas, brinquedotecas ou convidar amigos e vizinhos para visitas à sua casa. Seja com amigos, parentes ou sozinho, o brincar deve fazer parte do dia-a-dia da infância. Enfim, uma rotina diária que inclua um momento para brincar livremente é muito importante e necessária para a saúde das crianças.

A importância da fantasia
Ao entrar no mundo da fantasia infantil, começaremos pelas cantorias e ritmos musicais. Desde o útero entramos no ritmo do coração materno. Desde crianças, qualquer um cria sons e ritmos, seja com o corpo, com objetos ou com a voz. Mas quando adultos alguns enfrentam barreiras e traumas pois o certo e errado musical lhes foi imposto e eles têm dificuldade para atingir o “certo”. Acreditamos que o educador não deve impor estes limites proporcionando atividades lúdicas como: ouvir e diferenciar os sons: em momentos diferentes, nas salas de aula, na escola e em ambientes externos; explorar sons e ritmos com objetos comuns e partes do corpo; criar um ritmo, melodia e dança para o próprio nome e incentivar o grupo para que repita e imite os gestos criados; musicalizar frases comuns como “bom dia!” cantarolado de diferentes formas; relembrar e cantar (ou mesmo colocar um CD como apoio nas primeiras vezes) e inventar rodas e brincadeiras cantadas como corre-cotia.

Já o momento de contar histórias para bebês e crianças pequenas pode ser tanto um grande prazer quanto um grande martírio tanto para os contadores quanto para os ouvintes. Lembre-se que, a partir dos 9 meses (alguns antes) é uma fase egocêntrica de tentar impor a vontade própria. O bebê quer tomar decisões sozinho, por exemplo, agarrando objetos que de alguma forma despertaram sua curiosidade (como livros) e explorá-los, sentido sua textura, cheirando, rasgando, comendo. Então algumas ações podem ser tomadas para prevenir que o momento da leitura se transforme em um puxa-daqui puxa-de-lá. Uma delas é ter em mãos um livro resistente e apropriado para bebês e outro que o adulto vai efetivamente ler para a criança. O importante é que o bebê sinta que o livro pode ser um ponto de conexão entre ele e os pais ou cuidadores. Assim, o bebê desenvolverá uma relação afetiva com as narrativas e os livros.

Quanto mais cedo o bebê e a criança forem apresentados à prática de compartilhar narrativas (sejam elas orais ou literárias, reais ou fictícias), mais aproveitarão os benefícios desta prática. Ouvir e contar histórias desenvolve o prazer pela leitura e escrita. Desenvolve as habilidades na comunicação e a criatividade. Desenvolve o prazer pela descoberta, pela pesquisa e pelo conhecimento. Desenvolve também a autoestima. As crianças que leem serão menos propensas a se render a vícios como o fumo e o consumo de drogas e álcool. A leitura favorecerá às crianças tornarem-se adultos menos preconceituosos e com maior facilidade de resolver um conflito pacificamente.

Mais informações sobre os parceiros idealizadores e realizadores do projeto ABC:
www.unitedway.org.br
http://www.ipabrasil.org/


Postagem introdutória sobre o projeto

Histórias selecionadas para o projeto.